No fim de março, a ADATA Brasil anunciou que passaria a gerenciar a divisão gamer XPG de todo o mundo. Essa importante mudança trará alguns impactos para o mercado brasileiro, que é responsável por cerca de 15% da fatia internacional de produtos da marca. Para entender esse novo momento, o Canaltech conversou com Thiago Tieri, gerente de marketing da ADATA Brasil.
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Com uma equipe local, que já conta com mais de 500 pessoas, será possível tomar “decisões mais ágeis e alinhadas às necessidades do mercado”, conforme explicou Felipe Masseli, vice-presidente de vendas da ADATA Brasil, ao fazer o anúncio oficial.
Motivos para a mudança
Segundo Thiago, a decisão que levou a essa mudança na gestão da marca XPG veio da divisão estadunidense, para desafogar alguns processos, já que eles também cuidam da América Latina. Por isso, a administração dos produtos gamer da ADATA passou para o Brasil.
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“O Brasil é um país muito diferente de todos quanto ao fiscal e financeiro. Tem muita peculiaridade que não tem no resto do mundo com relação a taxa, importação, imposto, um monte de leis diferentes que também não tem lá fora”, explica o executivo à reportagem.
Essa problemática e dificuldade do mercado brasileiro são compreendidas mais facilmente pela equipe brasileira, uma das vantagens da gestão localizada. Além disso, a gestão da América Latina continua nas mãos do escritório dos EUA, algo que reforça ainda mais o cuidado com os produtos XPG no Brasil nessa nova fase.
Operacional 100% brasileiro
Tiago explica que haverá mudanças no operacional da ADATA Brasil a partir da transição, que acontecerá aos poucos nos próximos meses. Antes dessa alteração, os funcionários brasileiros eram terceirizados; agora, todos passarão a ser contratados sob o regime de CLT.
“Então, basicamente, com essa proximidade da gestão, todos os processos vão ser nacionalizados. Por exemplo: todos os pagamentos de fornecedores, que antes eram em dólar, agora vamos nacionalizar o dinheiro internamente, fazendo os pagamentos em real”, explica o gerente de marketing da ADATA Brasil.
Ele deixa claro que não está acontecendo nenhum desligamento de funcionário brasileiro nessa mudança de gestão da marca XPG. Como todo o processo ainda levará alguns meses, não existe previsão para contratação expressiva no momento.
XPG no mercado nacional
Com a gestão da ADATA Brasil sobre os produtos XPG, é esperado algumas facilidades para o mercado brasileiro assim que tudo estiver alinhado entre os diferentes níveis globais da administração da empresa. Uma das vantagens será uma “velocidade muito maior para conseguir fazer os lançamentos” por aqui.

Não é incomum marcas de tecnologia demorarem para lançar novos produtos no Brasil. Dependendo da complexidade do produto e de todo o processo, isso pode levar meses para acontecer. Um dos objetivos da gestão brasileira dos produtos XPG é eliminar esse “gap”.
“A minha intenção é, no futuro, talvez em 2026, consiguir realmente efetivar isso, de ter o produto no mesmo dia. A fábrica lançou globalmente dia 10, aqui no Brasil lançou dia 10. Mesmo que o produto chegue no dia 20, dia 30, mas o lançamento oficial é no dia 10”, exemplifica.
Ele adiciona falando que pretende “fazer um barulho” com influenciadores, lojas que revendem e com a pré-venda dos produtos para enfatizar ainda mais essa vantagem da nova gestão.
Em relação aos produtos lançados no Brasil, a ADATA Brasil pretende colocar um esforço maior em produtos high-end, enquanto mantém os intermediários como prioridade, como já vinha acontecendo. Periféricos (mouse, teclado e headsets) terão uma variedade maior em nosso mercado no futuro e cadeira gamer será uma novidade em breve. Além de fontes e gabinetes, que também se beneficiarão.
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A ADATA já fabrica memória RAM e SSD em suas instalações no Brasil, mas o objetivo, a partir da mudança de gestão, é focar na importação desses outros produtos da XPG com uma velocidade maior para o mercado brasileiro. Com isso, o portfólio da XPG em nosso país será maior e contará com produtos disponíveis por mais tempo.
E como ficam os preços no Brasil?
Thiago diz que ainda é cedo para afirmar se os preços dos produtos XPG com a gestão ADATA Brasil serão alterados, mas deixa claro que já trabalha com lojistas parceiros no controle das vendas dos lotes, distribuindo o máximo possível para que não haja disparidade entre estoques:
“Precisamos ter uma visão nacional para esse problema. Agora estamos fazendo reuniões estratégicas para não ter até a mesma linha de produto em vários clientes. Se um cliente compra o produto X, não vamos ofertar pelo mesmo preço para o cliente Y, para que eles não tenham uma briga de preço que não seja saudável, na verdade. Claro, briga de preço é importante para o consumidor final. Mas para a revenda, não é saudável, porque o produto acaba ficando parado por muito tempo em estoque”.

Novos produtos XPG não serão fabricados nacionalmente
O gerente de marketing da ADATA Brasil enfatiza que os produtos XPG continuarão sendo importados, já que eles não serão fabricados aqui. Ou seja, nada muda nesse aspecto. Tiago lembra os problemas de nacionalizar a produção de produtos com todo o rigor fiscal:
“O que faz sentido na fabricação nacional é a isenção fiscal […] Se bobear, ele terá um preço mais alto do que o importado, porque o processo de fabricação no Brasil não é barato. Só é vantajoso quando existe isenção fiscal”.
Thiago explica que a ADATA tem focado na ampliação da produção nacional, agora fabricando memórias DDR5, o atual padrão do mercado, possivelmente por conta de uma demanda alta por conta de IA e a exigência por hardware mais moderno requerido para esse tipo de carga de trabalho, como acontece com os Copilot+ PCs.
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