O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Sandro Torres Amante, secretário de Segurança Urbana de Ribeirão Pires, e cinco guardas civis municipais (GCMs) por envolvimento em uma milícia urbana acusada de furtos, receptação e associação criminosa. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apura ainda suspeitas de homicídios ligados ao grupo entre 2013 e 2019.
As denúncias surgiram após relatos de testemunhas protegidas em 2020. Desde então, os promotores identificaram indícios de que o grupo manipulava o sistema de segurança da cidade e cometia crimes de forma organizada, inclusive forjando documentos oficiais.
GCMs são acusados de alterar imagens e fraudar boletins
Durante a madrugada de 18 de junho de 2018, dois açougues foram furtados. As investigações mostram que os GCMs desligaram as câmeras de monitoramento para dificultar a identificação. Depois disso, forjaram um boletim de ocorrência para tentar encobrir o crime.
A empresa de segurança contratada para proteger os açougues pertencia a um primo de Sandro Amante. O secretário e o agente Gutembergue Martins Silva também figuravam como empregados dessa empresa. Segundo o MP, a estrutura empresarial teria servido como apoio para identificar pontos comerciais mais vulneráveis.
Crimes sem sinais de arrombamento
O MP destacou que os estabelecimentos furtados não mostravam sinais de invasão. Portanto, os investigadores acreditam que os autores tinham acesso privilegiado, possivelmente por meio de chaves ou informações internas.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou Sandro, Gutembergue e Marcelo Cruz Dellavale a dois anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto. A decisão também determinou a perda dos cargos públicos de Sandro e Gutembergue. Apesar da sentença, todos permanecem em liberdade até a conclusão do processo.
Réus recorrem e questionam provas
Os três recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa de Gutembergue afirmou que houve “prova contaminada”. Já os advogados de Marcelo alegaram falta de provas diretas. Sandro também questionou a legalidade das provas, mas seus representantes não comentaram.
Prefeito bolsonarista apoia secretário investigado
O prefeito Guto Volpi (PL) publicou uma nota em defesa de Sandro Amante. Segundo ele, o secretário tem “30 anos de carreira” e contribuiu com a cidade. Volpi ressaltou que o governo cumprirá qualquer decisão da Justiça.
Mesmo afastado da GCM em 2022, Sandro assumiu a Secretaria de Segurança Urbana após a vitória de Volpi nas eleições.
Grupo é suspeito de envolvimento em homicídios
Além dos crimes patrimoniais, o Gaeco apura a possível atuação do grupo como esquadrão da morte. Testemunhas afirmaram que homicídios cometidos entre 2013 e 2019 podem estar ligados ao esquema. As investigações continuam para avaliar o número de vítimas e conexões com outros casos.
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