Um jato fabricado pela Boeing, gigante norte-americana da aviação, que voava em direção à China, retornou nesta sexta-feira (18/4) aos Estados Unidos, em meio à escalada da guerra tarifária envolvendo as duas maiores potências econômicas do mundo. As informações são da Reuters.
Entenda
- Nesta semana, em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, Pequim determinou que as companhias aéreas chinesas suspendam as compras de jatos da Boeing.
- Segundo informações de agências de notícias internacionais, a ordem do governo chinês foi a de que as companhias aéreas locais “suspendessem todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas norte-americanas”.
- Pequim estuda ainda a possibilidade de socorrer as empresas do setor aéreo que alugam aviões da Boeing e têm custos mais altos.
Meia-volta
De acordo com dados de rastreamento de voo, uma aeronave da Boeing que voava em direção à China retornou aos EUA porque a principal fábrica de entrega de aeronaves de Xangai cumpriu a determinação do governo local.
Até o momento, a Boeing não se manifestou sobre o ocorrido, assim como o governo da China. O avião da Boeing fez o trajeto de mais de 8 mil quilômetros de volta aos EUA em direção a Seattle.
Guerra comercial
Durante a semana, o governo norte-americano chegou a falar em tarifas de até 245% sobre os produtos importados do país asiático, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.
“A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%”, informou a Casa Branca.
No último sábado (12/4), em resposta aos EUA, Pequim afirmou que o pacote de tarifas comerciais impostas por Trump causará “graves prejuízos”, especialmente aos países em desenvolvimento.
Em manifestação encaminhada à Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, falou até na possibilidade de uma “crise humanitária” de consequências imprevisíveis.
“Os EUA continuam introduzindo medidas tarifárias, gerando grande incerteza e instabilidade ao redor do mundo e causando caos tanto internacionalmente quanto dentro de seu próprio país”, completou o representante do alto escalão do regime chinês, em conversa, por telefone, com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.
No domingo (13/4), o governo chinês pediu que a Casa Branca coloque um ponto final nas tarifas comerciais sobre produtos importados de diversos países.
A manifestação de Pequim foi divulgada por meio de um comunicado oficial do Ministério do Comércio do regime chinês.
“Instamos os EUA a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo”, afirmou o governo de Xi Jinping.
Em entrevista coletiva na quinta-feira (17/4), Trump afirmou estar em diálogo com a China para um acordo sobre as tarifas de importação.
“Acredito que vamos fazer um acordo com a China”, disse o presidente dos EUA.