O ouro bateu um novo recorde nesta segunda-feira (21/4). Na Comex, da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do metal para junho subiu 2,91%, fechando a US$ 3.425,30 por onça-troy (o equivalente a 31,1 gramas). O número representa um novo valor histórico.
A valorização do metal ocorreu em paralelo à queda da cotação global do dólar, que chegou às mínimas em três anos. Isso na comparação com outras moedas de países desenvolvidos.
Os dois movimentos, tanto a disparada do ouro como a baixa do dólar, resultaram do agravamento do cenário de incertezas globais, criado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além de declarar uma guerra comercial contra o resto do mundo, elevando as tarifas de importação, o republicano passou a ameaçar de demissão nos últimos dias o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell.
No domingo (20/4), o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, manifestou-se sobre o tema. Disse que espera que os Estados Unidos não estejam caminhando para um ambiente em que seja questionada a capacidade do BC de definir a política monetária de forma independente da pressão política.
Mas Trump já chamou Powell de “grande perdedor”. Além disso, exigiu que o BC reduza os juros imediatamente. Hoje, a taxa básica de juros nos EUA está no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Alta constante
Nesse cenário, a cotação do ouro vem apresentando sucessivas altas. Na avaliação de analistas do Citi, o preço do metal pode subir para US$ 3.500 nos próximos três meses. Isso com a demanda por investimentos superando a oferta da mineração.
Desde o início do ano, o ouro acumula alta de cerca de 30% e já subiu mais de 8% desde 2 de abril, quando Trump anunciou um novo pacote de tarifas comerciais.