Grande Imã da Mesquita de al-Azhar, no Egito, e um dos mais influentes líderes do islamismo, Sheikh Ahmed El-Tayyeb lamentou nesta segunda-feira (21/4) a morte do papa Francisco. O líder islâmico elogiou a postura de aceitação adotada pelo pontífice para outras religiões, e recordou sua participação na Conferência Internacional da Paz, realizada no país africano em 2017, que levou à assinatura do Documento da Fraternidade Humana em 2019.
El-Tayyeb afirmou que considera Francisco um “humanitário exemplar e um querido amigo”, destacando sua dedicação à “defesa dos oprimidos, refugiados e marginalizados”. O líder islâmico também destacou seu dialogo “sobre a fé” e entendimento entre “diferentes culturas e religiões”.
“Ele era um verdadeiro amigo dos islâmicos, sincero em sua busca por paz, e suas declarações finais, particularmente em defesa da Palestina e das pessoas oprimidas de Gaza, permanecem gravadas em nossas memórias”, disse.
Sheikh Ahmed El-Tayyeb e Papa Francisco se aproximaram na Conferência Internacional da Paz, realizada no Cairo em 2017. Na ocasião, líderes religiosos de todo o mundo criticaram o terrorismo em nome da religião, em meio ao surgimento de grupos extremistas no Egito.
O Islamismo tem uma organização diferente do Catolicismo. Enquanto os cristãos possuem um líder, com hierarquia bem definida, os mulçumanos se organizam de maneira descentralizada. A Mesquita de al-Azhar é uma das mais influentes dessa religião, sendo também ligada também a uma importante universidade no Cairo.
A Igreja Católica, por sua vez, também destacou nesta segunda a relação de Francisco com o mundo islâmico e com El-Tayyeb. O “Documento da Fraternidade Humana, também conhecido como a declaração de Abu Dhabi, assinada pelo papa Francisco e pela autoridade mais alta entre os islâmicos sunitas, o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyeb, abrirá uma nova era de relações entre católicos e islâmicos”, disse a Santa Sé.