São Paulo — O Tribunal de Justiça do estado (TJSP) tornou réu o policial militar (PM) Luan Felipe Alves Pereira, que arremessou um homem de uma ponte, acima de um córrego, na Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, em 2 de dezembro do ano passado.
O PM estava preso preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, desde 5 de dezembro, mas foi solto provisoriamente em 11 de abril, após ter habeas corpus concedido pela Justiça.
Dias antes, Luan foi indiciado por tentativa de homicídio. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele permanece afastado do trabalho operacional na Polícia Militar.
Medidas cautelares
Como réu, mantêm-se as medidas cautelares aplicadas junto coma liberdade provisória, que são:
- Suspensão do exercício da função de policial militar;
- Suspensão do porte de arma de fogo;
- Recolhimento do passaporte;
- Restrição de frequentar lugares habitualmente frequentados pela vítima;
- Restrição de qualquer contato com a vítima, fixando-se a uma distância mínima de 300 metros.
PM arremessou homem de ponte
Um vídeo flagrou o momento em que um policial militar arremessou um suspeito, durante abordagem, de uma ponte na zona sul de São Paulo, na madrugada de 2 de dezembro. Veja:
Os agentes seriam do 24º Batalhão da PM de Diadema, na Grande São Paulo, e teriam perseguido a moto até a Cidade Ademar. O agente que jogou o homem é das Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam).
O rapaz arremessado, identificado como Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, sobreviveu à queda. Moradores da região afirmaram ao Metrópoles que ele saiu andando do córrego, apesar de bastante machucado.
O jovem prestou depoimento no dia 6 de dezembro, após a prisão de Luan, na sede da 2ª Seccional de Polícia, no bairro do Brooklin, também na zona sul.
Com a decisão que tornou o PM réu, Marcelo foi intimado a participar da próxima audiência sobre o caso, agendada para o dia 23 de junho.
Autoridades repudiaram ação do PM
- A ação do policial militar gerou repúdio entre as autoridades da segurança pública, do governo e do Judiciário.
- O secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, publicou um vídeo após a repercussão do caso anunciando o afastamento dos agentes envolvidos.
- “Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial”, disse Derrite.
- O governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o agente “não está à altura da farda”. No X (antigo Twitter), o político afirmou à época que o caso seria investigado e rigorosamente punido.
- O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, do Ministério Público do estado (MPSP), chamou de “estarrecedoras” as imagens que mostram Luan arremessando Marcelo em um córrego.