Líder do PL na Câmara, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que seu partido vai reter as emendas das comissões que comanda caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não paute a urgência do PL da Anistia. Os líderes da Casa se reúnem nesta quinta-feira (24/4) para decidir a pauta da próxima semana.
A cobrança por parte do PL ocorre em meio à expectativa de votação de um projeto de anistia aos participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, cuja urgência precisa ser aprovada para que avance com mais rapidez na Câmara. Para o partido, a falta de movimentação por parte de Motta pode ser interpretada como um rompimento político.
Hoje, existe um acordo informal no Congresso em relação às emendas de comissão: 70% dos recursos são distribuídos entre todos os partidos e 30% ficam com a legenda que comanda cada comissão. O PL afirma que, caso a urgência da anistia não seja colocada em pauta, passará a reter todos os recursos a que tem acesso, repassando apenas a aliados que apoiem a medida.
Como maior partido da Câmara, o PL concentra pouco mais de R$ 7 bilhões de emendas de comissão. A legenda comanda os colegiados de: Relações Exteriores, Saúde, Agricultura, Segurança e Turismo.
“Somos cumpridores de acordo, ele precisa cumprir o dele. Todos os deputados precisam das emendas”, disse Sóstenes Cavalcante. Segundo ele, a sinalização de Motta em não avançar com a proposta seria suficiente para justificar uma mudança de postura do PL na distribuição desses recursos.