Cientistas descobrem evidências de gladiador morto por leão em combate

Uma descoberta arqueológica em York, na Inglaterra, revelou restos mortais de um possível gladeador romano morto por um leão em combate há cerca de 1,8 mil anos. O esqueleto encontrado apresenta marcas de mordida que comprovam a participação de grandes carnívoros em sua morte. As revelações foram feitas por pesquisadores irlandeses e ingleses em estudo publicado na última quarta-feira (23/4) no periódico Plos One.

Em escavações realizadas entre 2004 e 2005 em York, os cientistas encontraram 74 restos mortais de homens adultos e robustos no cemitério de romano de Driffield Terrace. Entre eles, um estava com marcas de mordida e perfuração. O fato chamou a atenção dos pesquisadores e o indivíduo foi identificado como 6DT19.

A equipe liderada pelo antropólogo e principal autor do artigo Tim Thompson, da Universidade Maynooth, na Irlanda, realizou escaneamentos 3D dos ossos para compreender o que havia causado as marcas. Eles compararam os sinais com relatos de como animais atacam humanos e padrões de mordida de felinos, caninos e ursos.

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As marcas de perfuração chamaram a atenção dos pesquisadores

Uma perfuração feita por leopardos foi utilizada como comparação pelos pesquisadores
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Marcas de mordida localizada na pelve do guerreiro romano

Thompson et al., PLOS ONE , 2025

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As marcas de perfuração chamaram a atenção dos pesquisadores

Thompson et al., PLOS ONE , 2025

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Uma perfuração feita por leopardos foi utilizada como comparação pelos pesquisadores

Erickson et al., Forensic Sci. Int. , 2024

Os estudiosos concluíram que, provavelmente, as evidências correspondiam a ataques de felinos grandes, como um leão. As marcas não apresentavam sinais de cicatrização, ou seja, foram feitas próximo ao momento da morte do gladeador. Outro fato curioso é que elas não pareciam ser de um ataque e sim de um leão se acomodando para se alimentar do homem.

Os cientistas concluíram que o guerreiro romano tinha entre 26 e 35 anos quando morreu, por volta de 200 a 300 d.C. Ele sofreu de desnutrição na infância e possuía problemas nas costas por carregar muito peso. A equipe de pesquisadores acredita que ele era um bestiário – lutador de arena que brigava com animais em vez de outros homens.

Essa é a primeira vez que se encontra prova direta nos ossos de que humanos realmente enfrentaram grandes felinos como parte do entretenimento romano. “Durante anos, nossa compreensão do combate de gladiadores romanos e dos espetáculos com animais se baseou fortemente em textos históricos e representações artísticas”, explica Thompson, em entrevista ao portal Live Science.

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