Astrônomos observaram uma “estrela zumbi” atravessando a Via Láctea a mais de 177 mil km/h. Trata-se do magnetar chamado SGR 0501+4516, que foi avistado com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, e da sonda Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA).
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O estudo que contém os resultados das observações dos pesquisadores foi divulgado na revista científica Astronomy & Astrophysics, no dia 15 de abril. O astro em questão foi visto pela primeira vez em 2008, mas pesquisa mais recente revelou que o corpo celeste está se movendo pela nossa galáxia mais rápido do que o esperado.
O que é um magnetar?
O SGR 0501+4516 é classificado como magnetar por se tratar de uma estrela de nêutrons com um campo magnético absurdamente forte, cerca de um trilhão de vezes mais potente que o da Terra. Os magnetares são formados após a explosão de estrelas supermassivas, conhecidas como supernovas.
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Para se ter ideia da sua potência, se um magnetar passasse pela Terra a metade da distância da Lua, seu campo intenso destruiria todos os cartões de crédito do nosso planeta. Se um humano chegasse a menos de 960 quilômetros deste astro, teria cada átomo do seu corpo destruído.
Origem desconhecida
Estudos anteriores conduzidos por cientistas apontavam que o SGR 0501+4516 era remanescente da supernova HB9. Contudo, análises conduzidas a partir de observações feitas pelo Hubble e pela Gaia apontaram que, devido sua velocidade e direção, esse magnetar não pode ter sido formado a partir dessa estrela supermassiva.
Magnetares também podem se formar pela fusão de duas estrelas de nêutrons de menor massa, ou ainda pelo colapso induzido por acreção. Para que este segundo processo ocorra, é necessário a presença um sistema estelar binário, onde uma estrela anã branca absorve o gás da sua companheira até ficar massiva ao ponto de não se sustentar mais. Sua explosão pode dar origem a um magnetar.
“Normalmente, esse cenário leva à ignição de reações nucleares e à explosão da anã branca, sem deixar nada para trás. Mas foi teorizado que, sob certas condições, a anã branca pode colapsar e se transformar em uma estrela de nêutrons. Acreditamos que foi assim que a SGR 0501 nasceu”, afirmou Andrew Levan, um dos autores do estudo, em comunicado divulgado pela NASA.
Confira o estudo na íntegra na Astronomy & Astrophysics.
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