Enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), segura a votação da urgência do PL da Anistia, seus dois vice-presidentes na Casa vão na direção contrária e defendem que o projeto entre logo na pauta.
O primeiro vice é Altineu Côrtes (PL-RJ), que, por ser filiado ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem evitado dar declarações públicas sobre o tema, deixando a defesa do projeto para o líder da bancada, Sóstenes Cavalcante.
Por outro lado, o segundo vice-presidente, Elmar Nascimento (União-BA), tem ido na contramão do líder de seu partido, deputado Pedro Lucas (MA), e defendido a anistia aos envolvidos.
Elmar, que chegou a defender que o União Brasil esteja com Lula em 2026, disse a interlocutores que a Câmara não pode “tratar anistia como palavrão” em um país que já anistiou torturadores e assassinos após a ditadura.
Além disso, Elmar faz coro com outros líderes da Câmara que consideram algumas penas impostas pelo Supremo como “excessivas”. A única ressalva, que contraria os bolsonaristas, é que os líderes, sim, são culpados por golpe de Estado.
Anistia adiada
Na reunião de líderes de quinta-feira (24/4), os líderes decidiram “adiar” a votação da urgência do PL da Anistia e não incluir o requerimento na pauta de votações da próxima semana.
Isso irritou a bancada bolsonarista da Câmara. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, avisou que irá retomar a obstrução tanto no plenário quanto nas comissões em protesto pela decisão.