Instagram como ‘ameaça’ e oferta à FTC: o que aconteceu no julgamento da Meta?

A Meta enfrenta um julgamento por monopólio de mercado pela compra do Instagram e WhatsApp. Nos dias que deram sequência ao julgamento, os depoimentos de testemunhas e informações apresentadas pela acusação alegaram que o Instagram foi visto como uma ameaça ao Facebook, assim como detalharam valores que a Big Tech ofereceu ao governo para resolver o processo.

  • Meta vai ser obrigada a vender o WhatsApp e Instagram? Entenda o caso
  • Instagram foi visto como uma ameaça ao Facebook, afirma cofundador da rede

O que foi dito nos julgamentos?

Veja as declarações mais importantes das testemunhas feitas durante os últimos dias a partir de informações dadas pelo site The Verge e Wall Street Journal:

Instagram foi visto como uma ameaça ao Facebook

Durante o depoimento judicial de 22 de abril, o cofundador do Instagram, Kevin Systrom, afirmou que, mesmo após a compra pelo Facebook (atual Meta), a rede social de fotos e vídeos era considerada uma ameaça ao crescimento da empresa de Mark Zuckerberg.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Ele também alegou que a Meta dificultou a alocação de recursos para restringir o desenvolvimento do Instagram.

Meta ofereceu US$ 1 bi para resolver processo com FTC

Na semana em que o julgamento teve início, Mark Zuckerberg teria telefonado para o presidente da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), Andrew Ferguson, oferecendo inicialmente US$ 450 milhões, valor que depois elevou para US$ 1 bilhão, segundo o The Wall Street Journal. 

Em resposta, Ferguson resistiu inicialmente e exigiu US$ 18 bilhões e um decreto de consentimento.

Para processos antitrustes é possível que a empresa busque um acordo com o governo para evitar que sofra algum tipo de sanção maior como desmembramento ou outras consequências. 

Ricardo Syozi/Canaltech
Meta enfrenta um julgamento por monopólio de mercado por conta da compra do Instagram e WhatsApp (Imagem: Ricardo Syozi/Canaltech)

Zuckerberg acelerou os stories no Instagram depois da recusa de compra do Snapchat

Durante o segundo dia do julgamento, foram exibidas conversas de 2014 nas quais Zuckerberg alertava sua equipe sobre a importância de levar a sério a “nova dinâmica” representada pelo Snapchat, vendo-a tanto como um risco para a concorrência quanto como uma chance de incorporar recursos desejados pelos usuários, como os stories. 

O CEO da Meta fez uma proposta de compra do Snapchat em 2013 que foi recusada. E, em outra mensagem, referindo-se ao Stories, ele admitiu que o Snapchat era um concorrente maior do Instagram e do Feed de Notícias do que nunca foi para as mensagens. 

CEO da Meta queria zerar todos os amigos do Facebook

Em 15 de abril, no decorrer do julgamento, foram examinadas as discussões internas que o Facebook manteve em 2022 com o objetivo de impulsionar o engajamento em sua plataforma.

Nesse sentido, vieram à tona e-mails internos revelando que Zuckerberg considerava uma “única ideia potencialmente maluca”: a possibilidade de resetar as redes de amizade de todos os usuários, forçando-os a reconstruir suas conexões dentro da plataforma.

Do que a Meta é acusada?

A Meta é acusada de práticas de monopólio por conta das compras do Instagram e WhatsApp feitas entre 2012 e 2014. A acusação foi feita pela FTC dos Estados Unidos ainda em 2020 e afirma que a Big tech minou a concorrência de forma ilegal ao realizar a compra das duas plataformas. 

O julgamento que acontece nas últimas semanas tem o objetivo de avaliar se as movimentações de compra da empresa caracterizam condutas anticompetitivas que podem prejudicaram a concorrência do setor nos EUA. 

Leia mais:

  • Kevin Systrom | Quem criou o Instagram?
  • Por que criador do WhatsApp se arrependeu de vendê-lo para a Meta
  • O Google vai ter que vender o Chrome? Entenda o julgamento por monopólio

VÍDEO: Processo contra o Google por Monopólio: Como fica futuro do ANDROID e o que deve mudar? E o Chrome?

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.