Na terceira temporada de The White Lotus, série da HBO que aborda a fictícia rede de hotéis de mesmo nome, um dos elementos-chave é a árvore pong pong, cujo fruto é apontado como venenoso para o personagem Timothy Ratliff (Jason Isaacs). Personificação da temática de fruto proibido que o seriado repete, a mortal fruta pode surpreender alguns espectadores pelo fato de que é real — e, sim, realmente perigosa como alertado.
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A pong pong (Cerbera odollam) é nativa do sul e sudeste da Ásia, ilhas do Pacífico e algumas partes da Austrália — a terceira temporada da série se passa, adequadamente, na Tailândia — e ficou conhecida como “árvore do suicídio” por conta do veneno do seu fruto. Na verdade, a parte perigosa fica na semente, e seu efeito mortal está ligado ao coração.
Os efeitos da fruta pong pong
A semente da fruta pong pong carrega uma toxina chamada cerberina, um tipo de glicosídeo cardíaco. Isso quer dizer que a substância é usada pelo coração em seu funcionamento, mais especificamente, na regulação dos níveis de sódio e potássio. Esse equilíbrio é responsável pela contração e relaxamento do músculo cardíaco.
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Quando ingeridas, as concentrações de cerberina levam um tempo até viajarem do estômago até a corrente sanguínea e coração, gerando sintomas entre 20 e 30 minutos após o consumo. Eles são náuseas, vômitos e diarreia, uma tentativa do corpo expulsar o veneno. Dentro de uma hora, a toxina passa a diminuir o ritmo cardíaco da vítima, gerando palpitações e disritmias que podem chegar à falência cardíaca e posterior morte.
A sobrevivência depende de vários fatores, como idade, sexo e comorbidades — não há antídoto exato, mas geralmente o tratamento é feito com administração de um veneno com efeito oposto, como atropina, e massagens cardíacas, para que o coração volte a bater.
Pesquisas indicam que a pong pong já foi responsável por milhares de mortes no passado: metade dos envenenamentos por planta em Kerala, na Índia, entre 1989 e 1999, foram pela semente. Nos séculos passados, cerca de 3.000 pessoas por ano pereceram por conta da pong pong e de sua parente próxima, a manga-do-mar (Cerbera manghas).
Em muitos países, a árvore pong pong é cultivada e vendida como planta ornamental, já que os frutos e folhas são considerados bonitos, gerando diversos acidentes. Na Ásia, onde as propriedades tóxicas da fruta são conhecidas, o apelido “árvore do suicídio” surgiu, em um lembrete claro sobre os efeitos de seu consumo.
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