São Paulo — A lista das escolas selecionadas para receber o modelo cívico-militar em São Paulo inclui uma unidade que terá a gestão privatizada em breve. O nome da Escola Estadual Professor Lourenço Filho, na capital paulista, também está no edital que prevê passar a gestão de 143 colégios para a iniciativa privada.
Em outubro de 2024, quando o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que estudava uma PPP para privatizar a gestão e manutenção de colégios da rede estadual, a Escola Professor Lourenço Filho já aparecia entre as escolhidas para entrar no futuro leilão – a Secretaria de Parcerias e Investimentos prevê fazer o certame ainda neste ano.
Agora, a unidade aparece também entre as selecionadas para, a partir do próximo semestre, adotar o modelo cívico-militar e receber policiais aposentados para atuar como monitores em seus corredores.
Escola em bairro conservador
Localizada no Planalto Paulista, em um trecho já próximo à Saúde, na zona sul de São Paulo, a Escola Professor Lourenço Filho está em um bairro conservador da cidade.
Em 2022, Tarcísio recebeu os votos de quase 60% (59,50%) dos eleitores da zona eleitoral de Indianópolis, onde a escola está inserida. Dois anos depois, quase 70% (69,78 %) de seus eleitores optaram por Ricardo Nunes (MDB), ao invés de Guilherme Boulos (PSol) no pleito pela Prefeitura de São Paulo.
Como já mostrou o Metrópoles, a lei que criou programa Escola Cívico-Militar foi apresentada por Tarcísio em meio a uma tentativa de agradar a bancada bolsonarista da Assembleia Legislativa de São Paulo e os eleitores conservadores.
Para se tornarem escolas cívico-militares, as unidades precisam aprovar o modelo em consultas públicas nas quais pais, funcionários e estudantes com mais de 16 anos podem votar.
A Escola Professor Lourenço Filho é uma das três da capital paulista que votaram a favor da mudança para o programa. Além dela, a Escola Estadual Professora Anilza Pioli, na Brasilândia, zona norte, também foi selecionada para receber o modelo. A Escola Raul Cortez, na Água Branca, aprovou o projeto, mas não foi selecionada pela gestão Tarcísio.
O governo afirma que a escolha das unidades que receberão o projeto cívico-militar levou em consideração critérios de vulnerabilidade social da região e o desempenho das escolas do Índice de Desenvolvimento de Educação de São Paulo (IDESP).
Veja lista completa das escolas que terão programa com PMs: