A China utilizou estilingues gravitacionais para resgatar satélites que estavam presos em uma órbita diferente da planejada pelos engenheiros espaciais. Os dois aparelhos chineses corriam risco de queimar na atmosfera terrestre se não fossem salvos rapidamente.
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Foram 123 dias de operação até que os satélites DRO-A e DRO-B, lançados em março de 2024 a bordo do foguete Long March-2C, fossem resgatados. A manobra usada pelos especialistas incluiu a gravidade da Terra, da Lua e do Sol para guiar os satélites até as órbitas corretas.
Os aparelhos estavam danificados e não conseguiam absorver luz solar suficiente para dar uma grande volta sozinhos, o que representou um grande desafio. Os astrônomos, então, optaram por gastar mais tempo no resgate para economizar energia. Por isso, o processo que deveria durar apenas alguns dias, levou mais de quatro meses para ser finalizado.
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Em 2023, uma reportagem do Financial Times apontou que a técnica chinesa do estilingue estava sendo vista como uma ameaça pelos cientistas dos Estados Unidos. Isso porque foi levantada a possibilidade dessa manobra mover satélites americanos em órbita sem o consentimento dos EUA.
Surpresa para cientistas
A missão por trás do lançamento dos satélites é liderada pelo Centro de Tecnologia de Engenharia para Utilização do Espaço da China (CSU), e os cientistas foram surpreendidos com a proximidade dos dois aparelhos com a Terra, bem como com o fato deles estarem girando desordenadamente no espaço.
“Se os satélites fossem destruídos, isso teria sido um desperdício dos anos de esforço e do dinheiro investidos na missão. Também seria um golpe mental para a equipe”, ressaltou o pesquisador da CSU Zhang Hao, em entrevista à CGTN Digital.
O especialista pontuou que, enquanto uma equipe foi designada a controlar remotamente os propulsores dos satélites com o intuito de desacelerar a rotação, outro grupo ficou com a missão de calcular a melhor rota para colocar o DRO-A e o DRO-B no caminho certo.
Função dos satélites
Os aparelhos chineses resgatados pelos estilingues gravitacionais formarão uma constelação projetada para atuar como faróis no espaço, permitindo uma navegação mais precisa de futuras missões autônomas enviadas pela China.
O novo sistema de satélites também vai reduzir para três horas o tempo necessário para localizar naves espaciais em órbita. Atualmente, os especialistas precisam de dois a três dias para encontrar naves que estão além das fronteiras terrestres.
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