A Polícia Federal citou o ex-ministro José Carlos Oliveira, do governo Jair Bolsonaro, em uma investigação sobre descontos indevidos em benefícios do INSS. O ex-titular da Previdência, agora legalmente chamado de Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, foi relacionado a transações suspeitas com entidades que atuam com aposentados.
Embora Ahmed Mohamad não tenha sido alvo direto da Operação Sem Desconto, seu nome aparece em documentos da investigação, que apura desvios em convênios entre o INSS e associações de servidores e aposentados.
Ex-assessor movimentou dinheiro com o ex-ministro
A apuração envolve a Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares), uma das entidades sob suspeita. O Coaf identificou movimentações financeiras atípicas entre Cícero Marcelino, assessor do presidente da Conafer, e Ahmed Mohamad.
Segundo os dados, Marcelino transferiu valores para José Laudenor, um auxiliar com salário declarado de R$ 1,5 mil. Laudenor figura como sócio de Ahmed em duas empresas: Fayard Organização e Serviços e Yamada e Hatheyer Serviços.
Empresas ligadas a familiares e aliados
A Fayard tinha Ahmed Mohamad como sócio até junho de 2022, de acordo com a PF. Como ele ocupava cargo público, a empresa foi classificada como Pessoa Exposta Politicamente (PEP).
Na Yamada e Hatheyer, os sócios incluem Yasmin Ahmed Hatheyer Oliveira, filha de Ahmed, e Edson Akio Yamada, ex-diretor do setor de Benefícios do INSS. Esse setor foi o responsável por firmar os convênios com as entidades investigadas.
Suspeita de pré-campanha com dinheiro irregular
Outro nome citado na investigação é José Arnaldo Bezerra Guimarães, que teria quitado boletos em nome de Ahmed e de sua filha. Um dos documentos indicava o uso do valor para “pré-campanha 2024”, sugerindo uma articulação política futura do ex-ministro.
Número de convênios disparou durante sua gestão
Até 2021, apenas 15 entidades podiam descontar mensalidades dos benefícios de aposentados. Durante a gestão de Ahmed no INSS e no Ministério da Previdência, esse número subiu para 20.
- Quando era diretor de Benefícios do INSS, três convênios foram firmados.
- Já como presidente do instituto e ministro, seus subordinados assinaram mais 17 acordos.
A Polícia Federal suspeita que parte dessas associações tenha usado os convênios para aplicar cobranças indevidas em aposentados. A investigação ainda está em andamento.
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