Nuvem equivalente a 40 luas cheias é detectada perto da Terra. Entenda

Astrônomos identificaram uma enorme nuvem de gás escondida bem perto da Terra — e ninguém tinha percebido a existência dela até agora.

Batizada de Eos, ela está localizada a cerca de 300 anos-luz do nosso planeta e surpreendeu os pesquisadores pelo tamanho: a massa é aproximadamente 3.400 vezes mais pesada que a do Sol e, se fosse visível a olho nu, ocuparia uma área equivalente a 40 luas cheias no céu.

A proximidade de Eos deixou os astrônomos surpresos. Até então, acreditava-se que as grandes nuvens moleculares próximas da Terra já estavam todas mapeadas, ao menos em um raio de 1.600 anos-luz do Sol.

“Essa coisa estava praticamente no nosso quintal cósmico e nós simplesmente a perdemos”, disse Thomas Haworth, astrofísico da Queen Mary University of London e coautor do estudo publicado na revista Nature Astronomy na última segunda-feira (28/4).

Nuvens moleculares como essa são formadas por gás e poeira, e delas podem nascer estrelas e planetas. Em geral, os cientistas conseguem identificá-las observando o brilho do monóxido de carbono, composto que costuma estar presente nessas formações.

Mas Eos escapou justamente porque tem pouco ou nenhum monóxido de carbono, e por isso não emite o tipo de sinal que os telescópios costumam captar.

“A única razão pela qual conseguimos detectá-la desta vez foi porque usamos uma cor diferente de luz”, explicou Haworth. A chave foi observar a emissão de luz ultravioleta do hidrogênio presente na nuvem.

Um novo jeito de encontrar nuvens como essa

A descoberta foi feita a partir de dados captados pelo espectrógrafo FIMS-SPEAR, instalado em um satélite sul-coreano chamado STSAT-1. O instrumento é capaz de decompor a luz ultravioleta em diferentes comprimentos de onda, como um prisma faz com a luz visível, revelando informações invisíveis a olho nu.

“Essa é a primeira nuvem molecular descoberta com base na emissão de hidrogênio molecular no ultravioleta extremo. Os dados mostraram o hidrogênio brilhando, como se a nuvem estivesse acesa no escuro”, explicou Blakesley Burkhart, professora da Universidade Rutgers e principal autora do estudo.

A cientista destaca que, por estar tão próxima, Eos oferece um novo caminho para entender melhor como nuvens moleculares se formam, evoluem e dão origem a estrelas e planetas.

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