Ao longo da história, o ser humano desempenhou funções tão curiosas que, ao olharmos para elas hoje e parecem absurdas. Muitas dessas profissões surgiram em contextos específicos e eram essenciais para a época, mas com as mudanças sociais e o avanço da tecnologia, elas foram extintas. Prepare-se para conhecer algumas dessas ocupações que já foram fundamentais para o cotidiano, mas que hoje nos parecem completamente fora de lugar.
1. Despertador Humano
Antes da invenção dos despertadores modernos, a profissão de “despertador humano” era bastante comum, especialmente durante a Revolução Industrial, no século XIX. Trabalhadores eram contratados para acordar as pessoas pela manhã, batendo nas janelas das casas com bastões ou varas, garantindo que os trabalhadores não perdessem o turno nas fábricas.
Curiosidade: Este ofício surgiu porque muitas pessoas, com a mudança para os centros industriais, não podiam confiar em relógios mecânicos de pulso e tinham dificuldade em acordar no horário. Foi somente com o avanço da tecnologia de relógios automáticos, no final do século XIX e início do século XX, que a profissão deixou de existir.
A profissão foi finalmente substituída pelos despertadores mecânicos e, depois, pelos alarmes de celulares. Engraçado, não? Algo que muitos de nós consideramos normal agora, como o alarme no celular, antes era feito por uma pessoa batendo na sua janela!
2. Arrumador de Pinos de Boliche
Antes da invenção dos sistemas automáticos, os arrumadores de pinos de boliche eram essenciais para o funcionamento de pistas de boliche. Eles eram os responsáveis por recolocar os pinos de boliche no lugar após cada rodada. Esse trabalho era especialmente comum nas décadas de 1880 até meados do século XX.
Curiosidade: Muitas dessas funções eram desempenhadas por jovens ou crianças que trabalhavam em locais de grande movimento. No início, o processo era manual, mas a automação se impôs com a invenção dos “pinsetters”, máquinas que substituíram os arrumadores humanos.
Essas máquinas começaram a aparecer no início do século XX, e em 1950, as pistas de boliche estavam quase totalmente automatizadas. A profissão de arrumador de pinos de boliche foi extinta, substituída pela tecnologia.
3. Caçador de Ratos
A profissão de caçador de ratos era, literalmente, a arte de controlar as infestações de roedores, algo essencial em épocas passadas quando as epidemias eram uma ameaça constante. Durante a Idade Média e até o século XIX, ratos eram uma grande preocupação, já que podiam transmitir doenças como a peste bubônica, que matou milhões de pessoas na Europa.
Curiosidade: Os caçadores de ratos não só caçavam ratos como também eram responsáveis pela prevenção de infestações. Eles usavam armadilhas, venenos e até cães treinados para caçar roedores. Alguns caçadores de ratos, no entanto, criaram verdadeiros impérios, vendendo ratos para experimentos médicos.
Hoje, com a indústria de controle de pragas moderna, a profissão desapareceu, mas em algumas regiões, caçadores de ratos ainda existem, mas em uma versão mais sofisticada.
4. Cortador de Gelo
Antes da invenção das geladeiras, o gelo era um item vital para a conservação de alimentos e bebidas. No inverno, cortadores de gelo trabalhavam em lagos congelados, cortando grandes blocos de gelo com serras e motosserras. Esses blocos de gelo eram transportados para mercados e residências para garantir que alimentos e bebidas se mantivessem refrigerados.
Curiosidade: A profissão de cortador de gelo foi especialmente popular na Europa e na América do Norte durante o século XIX e início do século XX. As condições de trabalho eram extremamente perigosas, já que o risco de cair na água congelada era alto. Além disso, o trabalho em temperaturas baixas exigia resistência física considerável.
Com a invenção da refrigeração moderna, os cortadores de gelo foram substituídos por máquinas e refrigeradores, e a profissão foi extinta.
5. Acendedor de Poste
Os acendedores de poste eram responsáveis por acender os lampiões de gás ou querosene nas ruas e apagá-los ao amanhecer. Antes da iluminação elétrica, essa profissão era essencial para garantir que as ruas ficassem iluminadas à noite, oferecendo segurança aos moradores. A profissão existiu desde a Revolução Industrial até o início do século XX.
Curiosidade: Na época, os acendedores de poste precisavam carregar ferramentas como varas de fogo e ganchos para acender e apagar os lampiões. Com o advento da eletrificação, o trabalho de acender e apagar os postes de luz foi substituído pela iluminação elétrica, tornando a profissão obsoleta.
6. Leitor de Fábrica
Durante a Revolução Industrial, em fábricas com condições de trabalho severas e jornadas longas, os “leitores de fábrica” eram contratados para ler livros, jornais e revistas em voz alta para os trabalhadores. O objetivo era entreter e distrair os operários, tornando o trabalho mais suportável.
Curiosidade: Muitos dos leitores de fábrica liam histórias, novelas e até notícias, ajudando a aliviar o tédio durante as longas horas de trabalho. Isso era semelhante aos podcasts de hoje, onde ouvimos histórias enquanto realizamos outras tarefas. Mas à medida que as máquinas se tornaram mais ruidosas, essa profissão se tornou impossível de ser realizada, pois ninguém conseguia ouvir o que estava sendo lido.
7. Ressurrecionista (Ladrão de Corpos)
Nos séculos XVIII e XIX, a medicina estava em expansão, e o estudo da anatomia humana era fundamental para o avanço da ciência médica. No entanto, havia uma escassez de corpos disponíveis para estudo, o que levou ao surgimento da profissão de “ressurrecionista”. Esses profissionais, também conhecidos como “ladrões de corpos”, desenterravam cadáveres de túmulos e os entregavam a anatomistas e universidades para pesquisa.
Curiosidade: Durante um período, esses profissionais eram pagos por cada corpo que conseguiam, e muitas universidades dependiam deles para poder estudar a anatomia humana. A prática foi proibida em 1832 com a aprovação de leis que regulamentavam a obtenção de corpos para pesquisa.
8. Carregador de Troncos
Antes da construção de estradas e sistemas ferroviários, os troncos de madeira eram transportados de áreas florestais para os centros de processamento, principalmente por rios. Os “carregadores de troncos” eram os trabalhadores que, com muito esforço físico, guiavam as grandes toras pela correnteza até o destino final.
Curiosidade: O trabalho era extremamente perigoso, com os trabalhadores enfrentando correntes rápidas e o risco de se afogar. Esse ofício foi extinto com a invenção dos caminhões e do transporte ferroviário, que tornaram o transporte de madeira muito mais rápido e seguro.
9. Radar Humano
Durante a Segunda Guerra Mundial, os “radares humanos” eram usados para detectar aviões inimigos através da escuta de seus motores. Esses profissionais ficavam em postos de observação, utilizando seus sentidos apurados para detectar sons de aviões e alertar sobre a possível aproximação de inimigos.
Curiosidade: Com o desenvolvimento de radares eletrônicos, que eram muito mais precisos e eficientes, a profissão de radar humano desapareceu. Hoje, o trabalho que antes era realizado por seres humanos é feito por tecnologias avançadas de radar e sensores.
10. Telefonista
A profissão de telefonista existiu até o ano 1980, quando as redes telefônicas ainda eram conectadas manualmente. As telefonistas eram responsáveis por conectar as ligações, principalmente em longas distâncias. Elas também ajudavam a transferir chamadas internas e externas.
Curiosidade: Antes de existirem os discadores automáticos, uma telefonista tinha que fazer a conexão manualmente, o que poderia ser uma tarefa demorada e trabalhosa. A automatização das redes de telefonia fez com que essa profissão desaparecesse.
11. Lanterninha de Cinema
O lanterninha de cinema tinha a tarefa de guiar os espectadores até seus lugares nas salas de cinema escuras e garantir que a ordem fosse mantida. Eles também eram responsáveis por monitorar os comportamentos do público, pedindo silêncio e evitando tumultos.
Curiosidade: Com o uso de sinalizações modernas e a iluminação dos celulares, a função de lanterninha foi substituída. Em cinemas mais antigos, essa função era fundamental para o bom funcionamento das sessões, mas hoje é quase completamente extinta.
12. Atores de Rádio
Antes da TV, as radionovelas eram uma das formas mais populares de entretenimento, e os atores de rádio desempenhavam papéis importantes, interpretando personagens em histórias transmitidas ao vivo. Esses profissionais, com vozes imersivas, ajudavam a criar cenários e tramas que prendiam a atenção do público.
Curiosidade: Muitos desses atores migraram para a televisão, onde o visual se tornou tão importante quanto a voz. O advento de podcasts e plataformas digitais trouxe uma nova era para os locutores, mas o rádio como meio de radionovela desapareceu com a ascensão da TV.