Na busca por fontes de energia que abasteçam o mundo sem poluir o meio ambiente, uma das opções menos discutidas é a das usinas nucleares. Embora muitas pessoas achem o contrário, a energia nuclear é limpa e uma das formas mais eficientes de gerar eletricidade. No entanto, apesar de tão poderosa, ainda é pouco utilizada no Brasil, que dá preferência à energia gerada por hidrelétricas.
“Uma usina nuclear gera eletricidade por meio da fissão nuclear, processo no qual o núcleo de um átomo, geralmente de urânio, é dividido, liberando uma grande quantidade de calor. Esse calor aquece a água, transformando-a em vapor, que movimenta turbinas ligadas a geradores de eletricidade”, detalha a professora de física Kamila Pimentel, do Colégio Católica Brasília.
Atualmente, a energia nuclear equivale a 23,7% da energia limpa mundial. Os países que mais utilizam essa fonte incluem Estados Unidos, França, China, Rússia, Coreia do Sul, Índia e Canadá.
Tipos de fontes de energia
- Usina nuclear: o processo não libera gases poluentes ao meio ambiente, mas há necessidade do armazenamento de lixo nuclear.
- Usina termelétrica: como utiliza a queima de combustíveis em seu processo, libera gases poluentes ao meio ambiente.
- Energia eólica: considerada uma fonte de energia totalmente limpa, pois não emite gases poluentes, utiliza a força dos ventos para girar as turbinas e produzir eletricidade.
- Energia hidrelétrica: também é considerada uma fonte limpa de energia, ao utilizar a força da água para impulsionar turbinas e gerar energia elétrica, porém a construção pode trazer impactos ambientais.
Por que o Brasil utiliza tão pouca energia nuclear?
Mesmo com alta eficiência e sem poluir o ar, a usina nuclear é uma fonte de energia pouco usada no Brasil. O país tem preferência pela utilização de hidrelétricas, que são menos custosas e ainda são renováveis. Outro motivo é o risco da energia nuclear, incluindo o problema do lixo radioativo, que precisa ser armazenado com muito cuidado por milênios.
“Por aqui, a gente não usa muito por algumas questões. O Brasil possui recursos naturais suficientes, como as quedas da água, por exemplo. A criação e o controle de uma usina nuclear são muito caros, necessitando de uma tecnologia muito grande para manutenção”, explica o professor de química Joaquim Dantas Neto, do Colégio Marista de Brasília.
O Brasil possui duas usinas nucleares em funcionamento: Angra 1 e Angra 2, ambas localizadas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Angra 3 está em construção e a previsão para o início do funcionamento é em 2028. “É preciso lidar com alguns obstáculos antes da expansão dessa fonte de energia no Brasil. Os acidentes de Chernobyl e Fukushima ainda permeiam o imaginário coletivo”, ressalta Kamila.

Riscos do uso de usinas nucleares
A utilização de usinas nucleares traz riscos e desafios para os países que possuem a tecnologia. Por exemplo, como no processo de geração de energia há o uso de um elemento químico radioativo, um possível vazamento traria impactos significativos para a saúde da população e do meio ambiente.
O descarte do lixo nuclear também é difícil e muito custoso, necessitando de monitoramento por muito tempo. Apesar de não emitir gases poluentes, as usinas nucleares dependem do urânio, que é um recurso finito.
“Caso haja um vazamento, o Brasil não é um país tão preparado para lidar com esse problema de saúde. A gente já viveu isso anos atrás em um acidente envolvendo radiação em Goiânia. Até hoje existem processos na Justiça por conta desse acidente”, afirma Dantas.
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