A manhã desse sábado, 03, foi marcada pelo encontro da prefeita Emília Corrêa com os membros da Liga de Quadrilhas Juninas de Aracaju e Sergipe (Liquajuse) na sede da organização, no bairro Santo Antônio. A reunião, que se consolidou como mais um marco na história da gestão municipal, promoveu um rico debate sobre as demandas de infraestrutura e valorização dos quadrilheiros juninos dos mais diversos grupos artísticos da capital sergipana e também do interior do estado.
Além de Emília Corrêa, estiveram presentes no bate-papo: Sueli Pereira, presidente da Liquajuse; Sérgio Pereira, diretor administrativo da organização; o vereador Binho, mediador do encontro da prefeitura com a Liga; Wallace Machado, diretor do Estação Cidadania pela Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), e os 24 representantes de quadrilhas juninas.
Com microfone aberto para os dirigentes dos grupos, cada representante teve a oportunidade de pontuar aspectos que requerem melhorias no setor cultural, com foco na 15ª edição do tradicional Concurso Arrasta Pé, previsto para ocorrer de 11 a 15 de junho. Dentre as preocupações dos grupos, a necessidade de um espaço amplo e de qualidade para acolher o projeto teve destaque e também solução: Emília Corrêa anunciou que a Prefeitura de Aracaju vai disponibilizar o Estação Cidadania, no bairro Bugio, para a realização do evento.
“A cultura precisa e o povo precisa de vocês. A gente não pode deixar as quadrilhas morrerem de jeito nenhum”, declarou a prefeita que, logo nos momentos do bate-papo, enfatizou o objetivo de escutar todas as dificuldades e pensar em como minimizá-las. “Não podemos somente chegar ao momento da apresentação de vocês e prestigiar dizendo ‘que coisa linda e emocionante’, mas, sim, saber também as dores que vocês estão vivendo para nos proporcionar aquele espetáculo. A gente quer inibir essas dores”.
A reunião também foi simbólica para Sueli Pereira, primeira presidente mulher a comandar a Liga. “Fui eleita presidente no dia 11 de janeiro, mas estou trabalhando com a Liga desde 2018. É muito importante que a prefeita esteja com a gente neste momento, porque é o poder público conhecendo o movimento das quadrilhas juninas como um todo. É a primeira vez que um gestor municipal vem e passa tanto tempo escutando a nossa dor”, revelou, emocionada. Na conversa, Emília Corrêa e Maria Sueli lembraram de como, historicamente, muitas mulheres deixaram o sonho de se apresentar nas quadrilhas por não conseguirem sustento e modos de conciliar com as tarefas do dia a dia.
Etelvan dos Santos, dirigente da Quadrilha Junina Xodó da Vila, do Conjunto Jardim Esperança – Inácio Barbosa, destacou a necessidade de celeridade e efetividade nas emendas parlamentares que beneficiam o setor cultural. “É sempre um desafio fazer uma quadrilha acontecer e os nossos grupos estão envelhecendo. Não está havendo uma reposição. Precisamos voltar com as quadrilhas nas escolas e precisamos de um fomento maior, com leis de incentivo para esse projeto”, disse. Em resposta, a prefeita firmou o compromisso de alinhar com a Câmara Municipal a celeridade das emendas e ressaltou a criação da Secretaria da Cultura, que logo assumirá as demandas.
“A vinda da prefeita Emília hoje foi algo muito positivo, pelo fato dela entender, ouvir, autorizar um concurso que nunca foi feito antes em parceria com a prefeitura. Se trata do maior concurso de Sergipe e nunca foi realizado na cidade de Aracaju com o espaço cedido pela prefeitura. Hoje vem e autoriza esse espaço. É uma vitória muito grande”, comemorou o vereador Binho, que dança há mais de 20 anos e também levou os representantes da sua quadrilha, a Rosa Dourada.
Sérgio Pereira, diretor administrativo da Liquajuse, também é presidente da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq), que representa as quadrilhas a nível nacional. Ele manifestou o desejo de que Aracaju sedie o campeonato brasileiro no próximo ano e agradeceu o apoio da prefeitura. “Eu não sei nem descrever o tamanho da satisfação de ter recebido Emília Correia aqui na sede da Liquajuse. É a primeira vez que a gente consegue trazer um gestor público aqui para conversar diretamente com os grupos juninos. Agradeço por nos acolher e por nos trazer uma solução para um problema que a Liga vem sofrendo”, concluiu.
No fim da reunião, a Liquajuse realizou o sorteio das oito quadrilhas finalistas do concurso.
As quadrilhas juninas são reconhecidas, a nível municipal e estadual, como Patrimônio Cultural Imaterial e tem grande relevância e impacto cultural na tradição junina da região.