O presidente recém-nomeado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, e o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, se reuniram nesse domingo (4) pela primeira vez desde que ambos foram escolhidos para os cargos, na semana passada.
A reunião durou cerca de duras horas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocou a chefia do INSS por conta das denúncias de fraudes em descontos em aposentadorias e pensões, após operação da Polícia Federal (PF) há 12 dias.
O ministro da Previdência destacou em um vídeo postado nas redes sociais que precisará trabalhar alinhado com o novo presidente do INSS.
“Recebi o novo presidente do INSS, Gilberto Waller, aqui no ministério. Foram cerca de duas horas de conversa comigo, com a minha equipe, com intensa troca de informações. O cargo de presidente do INSS é novo para ele, o cargo de ministro de Estado também é novo para mim. Estamos conscientes de que temos um enorme desafio em comum. E só vamos sair bem dele, se eu e ele estivermos alinhados e colaborativos. Essa é a nossa disposição”.
Com a fraude no INSS e a forte pressão política, Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do Ministério da Previdência na sexta-feira (2). Para seu lugar, Lula indicou Wolney Queiroz, do mesmo partido e ex-secretário executivo da pasta. Ele se reuniu com Lula na noite de sexta-feira no Palácio do Planalto, logo depois da saída de Lupi. Antes, o presidente só havia conversado com o auxiliar por telefone.
Além do presidente do INSS, o novo ministro da Previdência também se reuniu nesse domingo com a ministra em exercício da Casa Civil, Miriam Belchior. O titular Rui Costa cumpre agenda na China.
“Fizemos um alinhamento geral, passei um pouco do que o presidente da República me pediu e ouvi dela as orientações da Casa Civil. Fiz questão de dizer que eu tenho um estilo de trabalho compartilhado. Eu escuto, consulto, pondero, mas também delego”.
Uma das missões de Queiroz será garantir a proteção de aposentados e pensionistas contra fraudes. O INSS estima que 4,1 milhões deles tenham sido alvo dos descontos irregulares, somando mais de R$ 6 bilhões. Uma proposta de ressarcimento das vítimas deve ser apresentada nesta semana a Lula.
“Sei que a tarefa é árdua mas eu vou honrar a confiança do presidente Lula, do PDT e, principalmente, dos aposentados”, afirmou o novo ministro, em vídeo publicado nas redes sociais.
Ele também se encontrou com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. A AGU determinou a instauração de procedimento para averiguar a conduta dos agentes públicos e pessoas jurídicas alvos da operação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU).
“Chegamos ao consenso de que, neste momento, é crucial, a partir do diagnóstico inicial das irregularidades, avançar na responsabilização dos infratores e na finalização da proposta do Plano de Ressarcimento Excepcional destinado aos aposentados e pensionistas”, afirmou o ministro Messias, nas redes sociais.
Fonte: O GLOBO
Fotos: Myke Sena/Câmara dos Deputados e Marcos Oliveira/Agência Senado
