Relacionamentos não são fáceis. Seja em família, no ambiente de trabalho ou em uma roda de amigos, o simples ato de relacionar-se é complexo. Esse desafio se intensifica quando falamos das relações entre marcas e consumidores.
Esses últimos são, o tempo todo, bombardeados com ofertas tentadoras – ou ao menos, aparentemente irresistíveis. E o que leva uma pessoa a escolher ou rejeitar um produto pode ser uma chave poderosa, capaz de abrir portas e fechar negócios.
No marketing, o conceito de “lovemark” ou “lovebrand” descreve aquelas marcas que conquistam o respeito dos consumidores, criando laços fortes e duradouros.
Por trás disso, estão as estratégias de marketing de relacionamento, que oferecem ferramentas valiosas para que as empresas construam uma relação próxima e saudável com o público.
Criado nos anos 1980, nos Estados Unidos, o termo “marketing de relacionamento” se transformou com o tempo, impulsionado pelas tecnologias emergentes.
Hoje, na era dos dados, conhecer as preferências e comportamentos dos consumidores é mais fácil do que nunca. No entanto, o marketing de relacionamento vai além disso: ele se baseia, essencialmente, na confiança.
A confiança, mais do que uma mera troca de informações, é uma construção que exige tempo, paciência e dedicação – tal como uma moradia. Ela não se estabelece de uma hora para outra, mas se fortalece ao longo de uma jornada contínua.
No setor imobiliário, em que as relações entre construtoras, incorporadoras, imobiliárias e corretores se baseiam nesse importante ativo, o desafio é ainda maior.
Atuar em um mercado que vende, basicamente, sonhos – seja da primeira casa própria, do terreno na praia ou da residência de férias – é extremamente complexo. Mexe com aquilo que é caro e cheio de significados únicos para os clientes. É nesse contexto que, cada vez mais, as marcas têm se apropriado do termo imersão.
E engana-se quem pensou no habitual “visite o decorado”. Hoje, os showrooms vão muito além. São uma experiência à parte. Eles lançam mão da tecnologia para colocar os clientes, literalmente, dentro do produto imobiliário.
Por meio de realidade virtual e aumentada, conseguem fazer com que o público mergulhe no lançamento e tenha um gostinho daquilo que poderá viver no futuro.
Assim, oferecer uma experiência positiva e que gere confiança não é apenas uma estratégia comercial, mas uma necessidade para estabelecer laços duradouros. Quando bem construído, esse ativo tem o poder de abrir portas e fechar negócios que vão além das expectativas.
Alessandra Sehn é sócia-diretora da Melnick Arcadia.