O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, aprovou nesta segunda-feira (5) um plano para ocupar integralmente a Faixa de Gaza e promover o deslocamento em massa de civis palestinos para o sul do território. A estratégia inclui a presença militar permanente e o controle da ajuda humanitária por forças israelenses.
A medida, parte da Operação Carruagens de Gideão, visa desmantelar o Hamas e pressionar pela libertação de reféns. Críticos, no entanto, apontam que o plano prioriza a conquista territorial em detrimento da segurança dos sequestrados e agrava a crise humanitária na região.
Expansão militar e deslocamento de civis
O gabinete de segurança de Israel aprovou por unanimidade a expansão da ofensiva militar em Gaza, com foco na ocupação total do território e na transferência de civis para áreas ao sul do enclave. Segundo autoridades israelenses, a operação será implementada gradualmente nos próximos meses, começando por regiões já devastadas pelos bombardeios.
A mobilização de dezenas de milhares de reservistas foi anunciada para reforçar a campanha terrestre. O objetivo declarado é eliminar as estruturas do Hamas e garantir a segurança de Israel. Contudo, organizações humanitárias alertam para o risco de agravamento da crise humanitária, com mais de 52 mil palestinos mortos desde o início do conflito, em outubro de 2023.
Controle da ajuda humanitária e críticas internacionais
O plano inclui o controle da distribuição de ajuda humanitária por forças israelenses, utilizando empresas privadas e tecnologia de reconhecimento facial. A ONU e organizações de ajuda humanitária condenaram a medida, classificando-a como violação dos princípios humanitários e possível crime de guerra.
O secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados, Jan Egeland, criticou a militarização da ajuda, afirmando que Israel busca manipular e controlar a assistência aos civis. O Hamas também rejeitou a proposta, chamando-a de “chantagem política”.
Reações internas e pressão por acordo
Dentro de Israel, o plano enfrentou oposição de familiares de reféns e setores da sociedade civil. O Fórum das Famílias dos Reféns acusou o governo de priorizar a conquista territorial em detrimento da vida dos sequestrados, afirmando que mais de 70% da população deseja um acordo para a libertação dos reféns.
O ministro Zeev Elkin sugeriu que o cronograma da operação poderia abrir uma janela para negociações antes da visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio, prevista entre os dias 13 e 16 de maio. A possibilidade de um cessar-fogo e acordo para a libertação dos reféns permanece incerta.
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