
“Há, na mente de Deus, um plano que abraça cada criatura de todos os seus imensos domínios; e esse plano é um propósito eterno de oportunidades sem fronteiras, de progresso ilimitado e vida eterna… A meta da eternidade está adiante!… e uma vitória certa irá coroar os esforços de qualquer ser humano, nessa corrida de fé e confiança”. ( O livro de Urania/32 )
Pré-eclâmpsia é o ressurgimento ou agravamento da hipertensão arterial sistêmica e da proteinúria após 20 semanas de gestação, ocorrendo em 4,6% dos partos, já a Eclâmpsia que ocorre em cerca de 1,6% dos partos em todo o mundo é a ocorrência de convulsões generalizadas e inexplicadas em mulheres com pré-eclâmpsia; sabemos que o diagnóstico é feito medindo-se a pressão arterial e proteínas urinárias e além da realização de testes para avaliar lesões em órgãos-alvo (p. ex., edema pulmonar, insuficiência hepática ou renal);convém destacar de que o tratamento é com sulfato de magnésio IV e a realização do parto a termo, ou ainda mais cedo para evitar complicações maternas ou fetais.
Essas 2 patologias clinico-obstetricas se desenvolvem após 20 semanas de gestação, embora a maioria dos casos ocorra após 34 semanas, salientando de que alguns casos se desenvolvem no pós-parto, na maioria das vezes nos primeiros 4 dias, mas às vezes até 6 semanas após o parto; Pré-eclâmpsia não tratada está presente por um tempo variável e, de repente, pode progredir para eclampsia, destacando de que a Eclâmpsia não tratada costuma ser fatal.
Causas
A etiologia da pré-eclâmpsia é desconhecida; no entanto foram identificados fatores de risco alto e moderado para o desenvolvimento da eclâmpsia
Fatores de alto risco: gestação prévia com pré-eclâmpsia; gestação múltipla; doenças renais; doenças autoimunes; Diabetes melitus tipo 1 ou tipo 2;Hipertensão arterial sistêmica crônica
Fatores de risco moderados: primeira gestação; Idade materna ≥ 35 anos; Índice de massa corpórea > 30; História familiar de pré-eclâmpsia (em um parente de primeiro grau); Mulheres negras não hispânicas e indígenas norte-americanas ou nativas do Alasca; Baixa renda
A fisiopatologia da pré-eclâmpsia e eclâmpsia é vem sendo parcialmente compreendida. Os fatores podem ser o desenvolvimento insuficiente das arteríolas espiraladas uteroplacentárias (que diminuem o fluxo sanguíneo uteroplacentário em gestação tardia), uma anormalidade genética, anormalidades imunológicas e isquemia ou infartos placentários; a peroxidação lipídica da membrana das células, induzida por radicais livres, pode contribuir para a pré-eclâmpsia; o sistema de coagulação está ativado, possivelmente secundário à disfunção celular endotelial, ocasionando ativação plaquetária.
Complicações
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia são as principais causas de mortalidade materna no mundo todo; devemos frisar de que as mulheres com pré-eclâmpsia têm risco de descolamento prematuro da placenta na gestação atual, possivelmente porque ambas as doenças estão relacionadas à insuficiência uteroplacentária, perigosamente essas gestantes podem desenvolver edema pulmonar, lesão renal aguda, ruptura hepática ou hemorragia cerebrovascular, com ou sem convulsões.
As complicações fetais podem incluir restrição de crescimento, oligoidrâmnio ou natimorto ,observa-se que o vaso espasmo difuso ou multifocal pode causar isquemia materna, finalmente danificando múltiplos órgãos, em particular cérebro, rins e fígado. Os fatores que podem contribuir para o vasospasmo incluem decréscimo de prostaciclinas (vasodilatador derivado do endotélio), aumento da endotelina (vasoconstritor derivado do endotélio) e aumento do Flt-1 solúvel (um receptor circulante para fator de crescimento do endotélio vascular).
A síndrome HELLP (hemólise, testes de função hepática elevados e baixa contagem de plaquetas) ocorre em 0,2 a 0,6% das gestações, sendo que a grande maioria das gestantes com a síndrome HELLP tem hipertensão e proteinúria, mas algumas não têm nenhuma delas.
Quadro Clínico
A pré-eclâmpsia pode ser assintomática ou causar edema ou ganho de peso repentino excessivo (> 3 kg/semana), além disso o edema não dependente, tal como o facial e o de mãos (os anéis podem não mais caber nos dedos), é mais específico que o edema dependente; já a eclâmpsia se manifesta como convulsões generalizadas (tônico-clônicas).
Se as gestantes têm hipertensão nova ou piorando, verificar se há edema nas mãos (p. ex., anel que não se encaixa mais) ou na face, que pode ser um dos achados mais específicos da pré-eclâmpsia.
Pré-eclâmpsia com características graves pode causar danos nos órgãos; essas características podem incluir: Cefaleia intensa, Distúrbios visuais, Confusão mental, Hiperreflexia, Dor abdominal no epigástrico ou no hipocôndrio direito (refletindo isquemia hepática ou distensão capsular) ,Náuseas e/ou vômitos, Dispnéia ( refletindo edema pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) ou disfunção cardíaca secundária ao aumento da pós-carga),Oligúria ( redução do fluxo urinário, refletindo diminuição do volume plasmático ou necrose tubular aguda isquêmica), Acidente vascular encefálico (raramente)
Diagnóstico
·Pré-eclâmpsia: ocorre em início recente após 20 semanas de gestação da hipertensão ( pressão arterial mais proteinúria ) recente inexplicável (> 300 mg/24 horas ou razão proteína/creatinina urinária ≥ 0,3) e/ou sinais de lesão de órgão-alvo.
Os critérios de pressão arterial (PA) para pré-eclâmpsia são um dos seguintes:
·PA sistólica ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg (pelo menos 2 medições feitas em um intervalo de pelo menos 4 horas)
.PA sistólica ≥ 160 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 110 mmHg (pelo menos 2 medições)
A proteinúria é definida como > 300 mg na urina/24 horas. Alternativamente, diagnostica-se a proteinúria com base na razão proteína/creatinina ≥ 0,3 ou leitura de tira reagente de 2+; o teste de tira reagentes só é utilizado quando outros métodos quantitativos não estão disponíveis. Ausência da proteinúria em testes menos precisos (p. ex., testes de urina com tira reagente, urinálise) não descarta a pré-eclâmpsia, o método mais fidedigno é o exame laboratorial; no entanto na ausência de proteinúria, a pré-eclâmpsia pode ser diagnosticada se as gestantes atenderem os critérios diagnósticos para hipertensão de início recente e também apresentarem sinais de início recente de lesão de órgão-alvo.
·Pré-eclâmpsia com características graves é diagnosticada em pacientes com novo início de hipertensão grave persistente e/ou sinais ou sintomas de lesão de órgão-alvo. O critério da pressão arterial é PA sistólica ≥ 160 mmHg e/ou PA diastólica ≥ 110 mmHg em pelo menos 2 medidas realizadas com intervalo de pelo menos 4 horas.
Sinais ou sintomas de lesão de órgão-alvo podem incluir um ou mais dos seguintes:
·Trombocitopenia (plaquetas < 100 x 109 )
·Função hepática prejudicada (aminotransferase > 2 vezes o normal) não explicada por diagnósticos alternativos; dor intensa e persistente no hipocôndrio direito ou dor epigástrica que não consegue responder aos medicamentos; Insuficiência renal (creatinina sérica > 1,3 mg/dL ou duplicação da creatinina sérica na ausência de doença renal; Edema pulmonar ; Cefaleia de início recente não responsiva à medicação e não explicada por diagnósticos alternativos; Distúrbios visuais;
Observação:
· A síndrome HELLP é classificada como uma forma grave de pré-eclâmpsia e é diagnosticada quando todos os seguintes itens estão presentes: lactato desidrogenase (LDH) ≥ 600 UI/L; aminotransferases > 2 vezes o normal; e plaquetas < 100 × 109 L, podendo no entanto ter uma apresentação clínica atípica, com ausência de hipertensão ou proteinúria em até 18% das pacientes.
· Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica é diagnosticada quando uma paciente conhecida por ter hipertensão sistêmica crônica desenvolve um dos seguintes itens após 20 semanas: nova proteinúria inexplicada ou proteinúria agravada; elevação da PA acima da linha de base; ou sinais de lesão de órgão-alvo, importante frisar de que as mulheres com hipertensão crônica têm alto risco de pré-eclâmpsia e devem ser atentamente monitoradas, além disso um nível elevado de ácido úrico sugere um diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta, em vez de apenas hipertensão crônica.
Também é observado de que pacientes com qualquer tipo de pré-eclâmpsia têm risco de desenvolver eclampsia, porém algumas vezes a eclâmpsia ocorre antes do diagnóstico de pré-eclâmpsia. Observamos que a Eclâmpsia é um início novo de crises tônico-clônicas, focais ou multifocais sem outras causas conhecidas (p. ex., epilepsia, isquemia ou infarto arterial cerebral, hemorragia intracraniana ou uso de fármacos).
Diagnóstico
Quando houver suspeita de pré-eclâmpsia, a avaliação deve incluir uma história clínica sobre fatores de risco, sintomas atuais e qualquer história ou sintomas que sugiram outra doença, já o exame físico é feito pela medida da PA e avaliação de edema facial ou de membro superior ou inferior, edema pulmonar, sensibilidade abdominal no hipocôndrio direito e hiperreflexia. O exame pélvico é realizado se houver sangramento vaginal ou contrações regulares ou se a indução do parto é planejada. Os exames laboratoriais incluem hemograma completo, contagem de plaquetas, ácido úrico, testes de função hepática, nitrogênio da ureia sanguínea, creatinina. A proteína urinária é verificada com uma tira reagente ou urinálise; uma coleta de urina de 24 horas é iniciada, se um parto de urgência não for indicado. O feto deve ser avaliado utilizando testes sem estresse ou perfil biofísico (incluindo a avaliação do volume de líquido amniótico) e testes que estimam o peso fetal.
Diagnóstico Diferencial
A pré-eclâmpsia deve ser diferenciada de outras distúrbios hipertensivos na gestação, como Hipertensão gestacional que é a hipertensão de início recente em > 20 semanas de gestação sem proteinúria ou outros achados de pré-eclâmpsia; resolve-se em até 12 semanas (geralmente em 6 semanas) pós-parto, Hipertensão crônica é identificada se a hipertensão preceder a gestação, se estiver presente < 20 semanas de gestação ou persistir por > 6 semanas (normalmente > 12 semanas) pós-parto (mesmo que a hipertensão seja primeiramente documentada com > 20 semanas de gestação), salientando de que a hipertensão crônica pode ser mascarada durante o início da gestação pela diminuição fisiológica da PA.
Uma Semana Saudável e em Paz…
Namastê!!!
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