Arqueólogos encontram ‘drug room’ secreta com evidências de psicodélicos no Peru

Arqueólogos descobriram uma “drug room” (“sala de drogas”, em tradução livre) durante escavações realizadas no Peru. No espaço, foram descobertos objetos que eram usados para consumir substâncias psicodélicas

  • Arqueólogos descobrem centenas de objetos de metal com até 3.400 anos na Hungria
  • Achado arqueológico de 40.000 anos revoluciona linha do tempo da civilização
  • Arqueólogos podem ter achado local de nascimento da avó de Alexandre, o Grande

Um estudo com os resultados observados após as descobertas foi publicado nesta segunda-feira (5), na revista científica PNAS. As escavações aconteceram no sítio arqueológico Chavín de Huántar, e essa foi a primeira vez que uma pesquisa identificou drogas específicas utilizadas pelos povos da região. 

Objetos e substâncias encontradas

A equipe de cientistas relatou no estudo que a sala secreta de drogas encontrada tem mais de 2.500 anos e estava repleta de artefatos esculpidos em ossos e conchas de animais que formavam tubos e colheres. 


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Após a análise de 23 destes objetos, os pesquisadores encontraram vestígios de nicotina, proveniente do tabaco, e dimetiltriptamina (DMT), droga alucinógena encontrada no chá de ayahuasca. A análise das substâncias apontou que raízes das plantas com componentes psicodélicos provavelmente foram secas, torradas e moídas antes de serem transformadas em rapé e consumidas em tubos. 

“Os tubos são análogos às notas enroladas através das quais os grandes apostadores cheiram cocaína nos filmes”, disse Daniel Contreras, um dos autores do estudo, em entrevista à Live Science. Segundo o cientista, os povos da região de Chavín Huántar aspiravam as substâncias pelo nariz. 

Hierarquia social

Imagem de uma galeria com madeira e ossos
Galeria descoberta pelos arqueólogos tinha acesso restrito (Imagem: Divulgação/PNAS)

O Chavín Huántar foi um importante centro ritualístico entre 2425 e 3225 anos atrás, antes do surgimento dos incas na região. E o acesso restrito ao local descoberto levou os cientistas a acreditarem que poucas pessoas poderiam acessá-lo, reforçando uma hierarquia social onde o acesso, ou não, ao consumo de drogas era um dos fatores determinantes. 

“Uma das maneiras pelas quais a desigualdade foi justificada ou naturalizada foi por meio da ideologia — por meio da criação de experiências cerimoniais impressionantes que fizeram as pessoas acreditarem que todo esse projeto era uma boa ideia”, pontuou Contreras. 

Confira o estudo na íntegra na PNAS.

Leia também: 

  • “Cápsula do tempo” arqueológica com mais de 500 anos é encontrada na Holanda
  • Arqueologia e paleontologia: qual a diferença?
  • Barcos de Quéops | Arqueólogos descobrem técnica sem nenhum prego usada no Egito

VÍDEO | O FUNGO DE THE LAST OF US

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.