Arqueólogos descobriram uma “drug room” (“sala de drogas”, em tradução livre) durante escavações realizadas no Peru. No espaço, foram descobertos objetos que eram usados para consumir substâncias psicodélicas.
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Um estudo com os resultados observados após as descobertas foi publicado nesta segunda-feira (5), na revista científica PNAS. As escavações aconteceram no sítio arqueológico Chavín de Huántar, e essa foi a primeira vez que uma pesquisa identificou drogas específicas utilizadas pelos povos da região.
Objetos e substâncias encontradas
A equipe de cientistas relatou no estudo que a sala secreta de drogas encontrada tem mais de 2.500 anos e estava repleta de artefatos esculpidos em ossos e conchas de animais que formavam tubos e colheres.
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Após a análise de 23 destes objetos, os pesquisadores encontraram vestígios de nicotina, proveniente do tabaco, e dimetiltriptamina (DMT), droga alucinógena encontrada no chá de ayahuasca. A análise das substâncias apontou que raízes das plantas com componentes psicodélicos provavelmente foram secas, torradas e moídas antes de serem transformadas em rapé e consumidas em tubos.
“Os tubos são análogos às notas enroladas através das quais os grandes apostadores cheiram cocaína nos filmes”, disse Daniel Contreras, um dos autores do estudo, em entrevista à Live Science. Segundo o cientista, os povos da região de Chavín Huántar aspiravam as substâncias pelo nariz.
Hierarquia social

O Chavín Huántar foi um importante centro ritualístico entre 2425 e 3225 anos atrás, antes do surgimento dos incas na região. E o acesso restrito ao local descoberto levou os cientistas a acreditarem que poucas pessoas poderiam acessá-lo, reforçando uma hierarquia social onde o acesso, ou não, ao consumo de drogas era um dos fatores determinantes.
“Uma das maneiras pelas quais a desigualdade foi justificada ou naturalizada foi por meio da ideologia — por meio da criação de experiências cerimoniais impressionantes que fizeram as pessoas acreditarem que todo esse projeto era uma boa ideia”, pontuou Contreras.
Confira o estudo na íntegra na PNAS.
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