Mais um ministro do governo Lula entrou na mira da oposição no Congresso Nacional após o escândalo do INSS. O esquema de descontos ilegais no benefício de aposentados veio à tona após uma série de reportagens do Metrópoles.
Além do titular da Previdência, Wolney Queiroz, a atual ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, também está sendo cobrada a prestar esclarecimentos sobre a atuação de sua pasta em relação aos idosos afetados pelo esquema.
A cobrança doi feita pela senadora Damares Alves (PL-DF), ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro, em requerimento protocolado no Senado ainda no final de abril.
No documento, a senadora do Republicanos pede que a atual ministra dos Direitos Humanos forneça informações sobre como os órgãos da pasta atuaram para proteger o benefício de idosos e pessoas com deficiência.
“A gravidade da situação exige que o MDHC, em articulação com outros órgãos competentes, adote medidas urgentes para acolher e orientar os beneficiários lesados, monitorar a implementação de ações de ressarcimento e compensação, e fortalecer os mecanismos de prevenção contra futuras fraudes que possam atingir esses grupos vulneráveis”, diz Damares na justificativa do documento.
Em outro trecho, a senadora do Distrito Federal questiona quais ações o ministério pretende adotar, em conjunto com outros órgãos públicos, para evitar que novas fraudes se repitam e afetem novamente idosos.
Embora o requerimento tenha sido protocolado em 25 de abril, até agora a atual ministra dos Direitos Humanos não respondeu, de acordo com Damares.
Procurada, Macaé não respondeu. O espaço segue aberto para manifestações.
Metrópoles revelou escândalo do INSS
O escândalo do INSS, o Instituto Nacional do Seguro Social, foi revelado pelo Metrópoles por meio de em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude na filiação de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal e também abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, e que culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de Lupi.