PCDF: empresa fake movimenta meio bilhão de reais sem pagar impostos

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quinta-feira (8/5), a Operação Hollow Company para desmantelar um sofisticado esquema de fraude tributária que vinha lesando os cofres públicos desde 2018. O nome da operação, “empresa oca”, em tradução livre, remete à natureza fictícia da companhia no centro da investigação, uma suposta indústria de embalagens plásticas sediada no DF, criada apenas para emitir notas fiscais frias e gerar créditos tributários fraudulentos para empresas do mesmo ramo.

Apesar de ter movimentado cerca de R$ 500 milhões em cinco anos, a empresa jamais recolheu um centavo em tributos. De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), a companhia funcionava como uma “noteira”, ou seja, uma empresa de fachada usada exclusivamente para emitir documentos fiscais fictícios. As notas simulavam a venda e circulação de mercadorias que nunca existiram, com o objetivo de beneficiar empresas “clientes” com créditos fiscais ilegítimos.

A investigação revelou ainda que os sócios dessas empresas beneficiárias, situadas em cidades paulistas como Campinas, Jaguariúna e Suzano, são os mesmos da empresa investigada no DF.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em cinco cidades, incluindo o Lago Sul, em Brasília, além dos municípios paulistas já citados e Florianópolis, em Santa Catarina. As ordens judiciais tiveram como alvo residências e sedes das empresas investigadas.

Além da busca e apreensão, a Justiça determinou o sequestro de bens para compensar parte do rombo causado aos cofres públicos. Foram bloqueados 41 veículos, 32 imóveis e um complexo industrial completo de fabricação de embalagens plásticas em Jaguariúna (SP). O valor total sequestrado chega aos R$ 47 milhões, equivalente à dívida acumulada pela empresa fraudadora junto ao Governo do Distrito Federal.

Os crimes investigados incluem sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 24 anos de prisão.

A operação contou com a participação de 70 policiais civis e auditores da Receita, além de apoio das Polícias Civis de São Paulo e de Santa Catarina.

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