Novas evidências reforçam a principal linha de investigação sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, a de que a menina britânica, vista pela última vez em maio de 2007, foi morta logo após ser sequestrada. Um disco rígido contendo imagens e documentos considerados perturbadores foi descoberto pelas autoridades alemãs em um imóvel vinculado a Christian Brueckner, suspeito principal do crime. O material, somado a outros achados, intensifica a suspeita de que Madeleine esteja morta e que Brueckner seja o responsável.
O equipamento foi encontrado em uma antiga fábrica de caixas adquirida por Brueckner em 2008, um ano após o desaparecimento da criança na Praia da Luz, em Portugal.
Além do HD, os investigadores recolheram 75 roupas de banho infantis, brinquedos, bicicletas pequenas, máscaras, armas ilegais e substâncias como éter e clorofórmio, que podem causar perda de consciência. A combinação de itens infantis com substâncias entorpecentes e armamento ilegal levou os investigadores a tratar o local como um esconderijo montado com finalidades criminosas.
A polícia alemã já havia investigado, em 2016, outra propriedade ligada ao suspeito, em Neuwegersleben, onde foram encontrados cerca de 8 mil arquivos de imagens e vídeos considerados material de abuso infantil, além de dispositivos eletrônicos enterrados junto ao corpo de um cachorro. O conteúdo incluía registros gráficos, histórias sobre sequestros de meninas e conversas com outros criminosos sexuais.
Promotores afirmam que há fortes indícios de que Madeleine foi morta por Brueckner, embora ainda não existam restos mortais que comprovem formalmente o crime.
O principal argumento da acusação é um conjunto de elementos que apontam para uma ação premeditada, associada a padrões já identificados em outros delitos cometidos por ele. Informações obtidas por meio de um informante revelam que Brueckner teria feito uma confissão indireta em 2008, durante um festival na Espanha, quando disse que a menina “não gritou”.
Apesar das revelações, o suspeito nega qualquer envolvimento no desaparecimento da criança. Atualmente, ele cumpre pena de sete anos de prisão por um estupro cometido em 2005, no mesmo estado português onde a família McCann estava hospedada na época do sumiço da filha. A libertação dele está prevista para ainda este ano.
Com o desaparecimento completando 18 anos no último dia 3 de maio, o caso de Madeleine McCann permanece como um dos mais emblemáticos da história. A possibilidade de encerrar oficialmente o mistério com a confirmação de sua morte, porém, ainda depende de novas decisões das autoridades alemãs. O Ministério Público segue tratando Brueckner como principal suspeito e aguarda a consolidação das provas para apresentar uma denúncia formal.
Enquanto isso, os pais de Madeleine continuam acompanhando os desdobramentos do caso. Em comunicado recente, afirmaram que não perderam a esperança de obter respostas e agradeceram o apoio de entidades, policiais e pessoas que seguem empenhadas em manter viva a memória da filha.