A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou nessa quarta-feira (7), com vídeo em português do presidente Gianni Infantino, as oito cidades que serão sedes da Copa do Mundo feminina de futebol, em 2027, no Brasil. As escolhidas são São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.
Serão 32 seleções participantes. O torneio será realizado entre os dias 24 de junho e 25 de julho.
Os locais de abertura e de encerramento ainda serão anunciados, mas é possível que ambos sejam no Maracanã, no Rio de Janeiro — ou, ao menos, o encerramento.
Todos os estádios escolhidos receberam também partidas na Copa masculina de 2014. No relatório de candidatura, o país havia apresentado dez possíveis sedes. Da lista original, ficaram fora Cuiabá (Arena Pantanal) e Manaus (Arena da Amazônia).
Não há informação sobre venda de ingressos, mas interessados podem se cadastrar no site da Fifa.
Na disputa para receber o torneio, a candidatura brasileira superou a apresentada em conjunto por Bélgica, Alemanha e Holanda. Ao todo, 207 associações filiadas à Fifa estavam aptas a participar da votação. O Brasil recebeu 119 votos, contra 78 dos europeus.
Será a primeira vez que o Mundial das mulheres será realizado na América do Sul.
Também será a primeira vez que a América do Sul terá um torneio exclusivamente para definir as classificadas para a Copa. Até então, as seleções eram definidas na Copa América. Por ser país-sede, o Brasil já tem a vaga assegurada. Há mais duas reservadas para seleções da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) tem direito a 11 vagas, e a Confederação Asiática de Futebol (AFC), a seis. Há ainda quatro vagas para a Confederação Africana de Futebol (CAF), quatro para a Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) e uma para a Confederação de Futebol da Oceania (OFC).
Um torneio de repescagem com dez equipes definirá as três vagas restantes.
“Uma jornada empolgante e inesquecível nos espera, e, com o futebol feminino se unindo pela primeira vez na América do Sul graças ao Brasil, estou entusiasmado para trabalhar junto com todas as cidades para fazer desta uma experiência memorável, que tenha um impacto positivo e duradouro”, afirmou Gianni Infantino.
A Copa de 2027 será a chance de a seleção se recuperar da péssima campanha no último Mundial, na Austrália e na Nova Zelândia, em 2023. Na ocasião, a equipe comandada pela técnica Pia Sundhage nem passou da fase de grupos, superada por Jamaica e França.
Agora sob direção de Arthur Elias, a seleção está em boa fase. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris –ainda com Marta, histórica camisa 10 que se aposentou da seleção após o torneio– e conseguiu quebrar um tabu de 11 anos sem vitória sobre a seleção dos Estados Unidos.
Em 2027, também poderá pesar sobre os ombros da seleção feminina a marca da Copa de 2014, quando, em casa, a seleção masculina sofreu seu maior vexame ao perder por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais.
Será a décima edição da Copa do Mundo feminina. A primeira foi em 1991, na China, palco também do evento em 2007. Os outros países que receberam o Mundial foram a Suécia (1995), os Estados Unidos (1999 e 2003), a Alemanha (2011), o Canadá (2015) e a França (2019). Na edição mais recente, Austrália e Nova Zelândia organizaram o campeonato de forma conjunta, em 2023.
A seleção brasileira ainda busca o seu primeiro troféu no torneio. O melhor resultado das mulheres brasileiras até hoje foi um vice, na edição de 2007, quando foram superadas pela Alemanha, na edição realizada na China.
Os direitos de transmissão estão com negociações perto de ser finalizadas pela Fifa. ESPN, Band, Globo e CazéTV fizeram propostas. A expectativa é que as conversas sejam concluídas até julho.
Fonte: Folha de S.Paulo