Os principais índices das bolsas de valores dos Estados Unidos operavam em alta no início da tarde desta quinta-feira (8/5), um dia depois da decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) sobre a taxa básica de juros no país.
O que aconteceu
- Por volta do meio-dia (pelo horário de Brasília), o índice Dow Jones avançava 0,23%, aos 41,2 mil pontos.
- O S&P 500, por sua vez, subia 0,25%, aos 5,6 mil pontos.
- Já o Nasdaq, que reúne as ações de empresas do setor de tecnologia, registrava ganhos de 0,4%, aos 17,8 mil pontos.
Fed manteve juros inalterados
Nos EUA, na terceira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as expectativas do mercado foram confirmadas e a taxa básica de juros se manteve mais uma vez inalterada.
O colegiado anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. Foi a terceira reunião consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana mantém inalterada a taxa de juros.
Antes das três últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.
Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.
Em entrevista coletiva minutos depois do anúncio do Fed, o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, defendeu cautela da autoridade monetária em relação aos próximos passos da trajetória da taxa básica de juros no país.
“Se tivermos inflação e desemprego mais altos, veremos um atraso para chegar às metas para o ano que vem”, afirmou o presidente do Fed.
“Minha intuição diz que os riscos aumentaram e os riscos de inflação e desemprego mais altos aumentaram, mas isso ainda não se refletiu nos dados”, prosseguiu Powell. “A coisa certa a fazer é esperar mais clareza”, complementou o chefe da autoridade monetária.
Acordo comercial entre EUA e Reino Unido
Outro fato econômico relevante acompanhado com lupa pelo mercado é o acordo comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o Reino Unido, parceiro histórico dos norte-americanos. O acerto formal deve ser sacramentado nas próximas horas.
Em mensagem publicada em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou o acordo com os britânicos como “completo e abrangente”.
“O acordo com o Reino Unido é completo e abrangente e consolidará o relacionamento entre os EUA e o Reino Unido por muitos anos”, escreveu o presidente norte-americano.
“Devido à nossa longa história e lealdade mútua, é uma grande honra ter o Reino Unido como nosso primeiro anúncio. Muitos outros acordos, que estão em estágios avançados de negociação, virão!”, completou Trump.
O acordo deve ser inicialmente limitado, com o Reino Unido assegurando tarifas comerciais mais baixas sobre automóveis e aço – os dois setores mais atingidos pelas taxas.
No início de abril, Donald Trump anunciou que os EUA imporiam uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da maioria dos países, entre os quais o Reino Unido.
Também foram aplicadas tarifas de 25% sobre a indústria automotiva, o aço e ao alumínio, além de 25% sobre Canadá e México e 145% sobre a China. Autoridades comerciais norte-americanas e chinesas devem se reunir no próximo sábado (10/5).
Emprego nos EUA e juros no Reino Unido
Além das repercussões sobre as taxas de juros nos EUA, os investidores acompanham nesta quinta-feira dados econômicos norte-americanos e também a decisão de política monetária no Reino Unido.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou os novos números dos pedidos de seguro-desemprego no país, referentes à semana até o dia 3 de maio, que ficaram em 228 mil. Na semana anterior, foram 241 mil solicitações. A estimativa do mercado era que fossem apresentados 231 mil novos pedidos.
No Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra (BoE) anunciou sua decisão sobre a taxa de juros. Em decisão esperada pelo mercado, houve um corte de 0,25 ponto percentual, de 4,5% para 4,25%.