Brasília – A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) está no centro de uma polêmica envolvendo o programa “Abrace o Marajó”, criado em 2020. O projeto, que alegava combater violações de direitos humanos na ilha paraense, é acusado de beneficiar igrejas evangélicas e facilitar a grilagem de terras públicas.
Investigações apontam que o programa emitiu autorizações de uso de terras federais sem regularização adequada, permitindo a construção de templos religiosos e o uso indevido de áreas destinadas à população ribeirinha.
Regularização questionável
Durante a gestão de Damares no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mais de 400 Termos de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) foram emitidos, abrangendo mais de 50 milhões de metros quadrados. Contudo, muitos desses documentos foram concedidos sem a devida regularização fundiária, o que levanta suspeitas de irregularidades.
Benefícios a igrejas
Em municípios como Bagre e Oeiras do Pará, os TAUS permitiram a construção de igrejas em terrenos públicos. O pastor Edno Dias, também secretário de Agricultura de Bagre, afirmou que as igrejas atuavam onde o poder público não chegava, ajudando a garantir a posse das terras.
Denúncias de fake news
Além das questões fundiárias, Damares enfrenta um processo do Ministério Público Federal por disseminação de informações falsas. Ela afirmou que meninas marajoaras seriam exploradas sexualmente por não usarem calcinhas e que teriam os dentes arrancados para facilitar abusos, declarações que geraram ampla repercussão negativa.
Retorno à ilha
A senadora planeja retornar ao Marajó em 22 de maio, acompanhada de uma comitiva parlamentar, para verificar as denúncias feitas por moradores. Enquanto isso, o Ministério da Gestão anunciou uma apuração detalhada sobre os TAUS emitidos durante o programa.
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