Brasília – O advogado Ariovaldo Moreira, que defende o hacker Walter Delgatti Neto, afirmou que a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro tinham pleno conhecimento dos crimes cometidos por seu cliente.
Zambelli e Delgatti são réus por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o caso está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Moreira, desde os depoimentos na CPI dos atos golpistas, Delgatti mantém o mesmo discurso: tudo foi feito sob ordens de Zambelli e com a ciência de Bolsonaro. “Ele sempre apontou que esteve com o ex-presidente. O que passavam para ele é que Bolsonaro sabia de tudo”, declarou o advogado em entrevista à GloboNews.
O hacker admitiu que sabia estar cometendo crimes, mas que seguiu as instruções da deputada — e que contava com a “concordância” do então presidente. Para completar o roteiro distópico, Delgatti foi a Brasília a convite de Zambelli, na esperança de ganhar um cargo público.
Supremo perto da condenação
A 1ª Turma do STF já tem quatro votos favoráveis à condenação da dupla, e o julgamento segue até 16 de maio. Caso confirmada a sentença, Delgatti pode cumprir até 8 anos e 3 meses de prisão. Ele está atualmente em prisão domiciliar.
A defesa do hacker ainda tenta reverter a possível condenação alegando abuso na interpretação das provas. Além da pena, o processo prevê indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Zambelli pode sair do episódio com 10 anos de cadeia e a perda do mandato parlamentar. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, alvo de um dos documentos forjados pela dupla no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Crime pré-golpe
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os crimes aconteceram em 4 de janeiro de 2023, quatro dias antes do ataque terrorista na Praça dos Três Poderes. Entre os absurdos inseridos no sistema do CNJ, estava um mandado de prisão falso contra Moraes, assinado — pasmem — pelo próprio ministro.
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