Dólar sobe com acordo tarifário entre EUA e China

São Paulo – O dólar fechou esta segunda-feira (12) em forte alta ante o real, embalado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que selaram um acordo tarifário em Genebra, Suíça.

A cotação à vista subiu 0,50%, encerrando a R$5,6833, enquanto o dólar futuro, mais negociado, avançou 0,60%, cotado a R$5,7085 na B3.


Dólar em disparada global

A decisão de Washington e Pequim de cortar drasticamente as tarifas — de 145% para 30% no caso dos EUA e de 125% para 10% no lado chinês — acalmou os mercados, reduziu o risco de recessão nos EUA e provocou um movimento de fuga para o dólar.

No pico do dia, às 15h15, a moeda norte-americana bateu impressionantes R$5,7071, com valorização de 0,92%. O índice do dólar também saltou 1,17%, indo a 101,770.


Commodities sobem, mas não seguram o real

Enquanto isso, commodities brasileiras como petróleo e minério de ferro surfaram na expectativa de maior demanda chinesa. O minério fechou em alta de mais de 3% na China, e o petróleo subia mais de 1% no fim da tarde.

Apesar disso, o real não resistiu: o fluxo global de capital preferiu os EUA.

O dólar caiu antes porque os EUA estavam perdendo a guerra tarifária. Agora, com o acordo, o dinheiro volta para lá”, disse André Galhardo, da Remessa Online.


Haddad ignorado, inflação segue no radar

No meio do furacão financeiro, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tentou acalmar os ânimos em entrevista ao UOL: “Se cumprirmos as metas fiscais, a inflação se acomoda”, garantiu, sendo solenemente ignorado pelo mercado.

No Boletim Focus desta segunda, a projeção para o dólar ao fim de 2025 caiu timidamente de R$5,86 para R$5,85, mas ainda acima do patamar atual.


Riscos persistem no horizonte

“A curto prazo, a Selic pode até ajudar o real. Mas, com o retorno de Trump no radar e instabilidades externas crescentes, moedas como o real e o peso mexicano seguem na corda bamba”, avaliou Galhardo.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 25 mil contratos de swap cambial ofertados, em uma tentativa de manter o câmbio sob controle — tentativa, claro, frustrada.

Com informações do Brasil 247

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