Pequim – A visita de Lula à China tem grande significado, segundo o governo chinês, que classificou o presidente brasileiro como um “estadista influente” e estratégico para o Sul Global. Com articulação política e foco geoeconômico, Lula coleciona acordos bilionários enquanto incomoda o eixo EUA-Europa.
Em um cenário global instável, Brasil e China firmaram parcerias que somam R$ 27 bilhões em investimentos, com destaque para energias renováveis, tecnologia verde, semicondutores e delivery. A visita confirma a guinada sul-americana rumo à multipolaridade.
Lula estreita laços com China em contexto geopolítico turbulento
A visita de Lula à China tem grande significado não só para os negócios, mas para o jogo de forças internacional. O chanceler chinês, Lin Jian, não poupou elogios ao petista: “Líder de um país influente na América Latina e figura essencial no BRICS”, afirmou. É a sexta visita de Lula ao país asiático — e a segunda desde seu retorno ao Planalto.
O governo chinês destacou que Brasil e China estão alinhados para fortalecer os BRICS, criar um mundo mais justo e apostar na integração dos países do Sul Global. A viagem inclui participação de Lula no Fórum China-CELAC, plataforma estratégica para a América Latina.
R$ 27 bilhões confirmados: da energia verde à logística
Os acordos firmados durante a viagem abrangem diversos setores:
- GWM: R$ 6 bi para expansão de fábrica no Brasil e exportação para a América Latina.
- Meituan (Keeta): R$ 5 bi no mercado de delivery, com promessa de 100 mil empregos indiretos.
- CGN: R$ 3 bi para energias solar, eólica e termosolar no Piauí.
- Envision: R$ 5 bi para o primeiro parque industrial “Net-Zero” da América Latina.
- Mixue: R$ 3,2 bi e 25 mil empregos na operação de bebidas no Brasil.
- Baiyin: R$ 2,4 bi na mina de cobre Serrote, em Alagoas.
- DiDi: expansão da eletrificação com 10 mil pontos de recarga.
- Longsys: R$ 650 mi em semicondutores em SP e AM.
- Nortec Química: R$ 350 mi em insumos farmacêuticos com três empresas chinesas.
China reconhece o papel do Brasil no Sul Global
A visita de Lula à China tem grande significado porque marca a consolidação da “Comunidade China-Brasil com Futuro Compartilhado”, selada desde a visita de Xi Jinping ao Brasil em 2024. O foco: um mundo multipolar, sustentável e menos dependente do Norte Global.
A China reconhece o protagonismo do Brasil na América Latina e no Caribe e deseja cooperação ainda maior. O discurso é pragmático: menos dependência de Washington e Bruxelas, mais autonomia política e soberania econômica.
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