Estorninhos formam “rede de apoio” e ajudam uns aos outros cuidar dos filhotes

Na última quarta-feira (07), um estudo publicado na revista Nature mostrou que estorninhos-soberbos (Lamprotornis superbus) formam relações cooperativas recíprocas semelhantes a amizades, em que se ajudam mutuamente ao longo do tempo, mesmo sem laços familiares. Anteriormente, a ciência pensava que a cooperação entre animais acontecia apenas por laços de parentesco, então as descobertas vieram para desafiar isso.

  • Quase tudo o que sabíamos sobre a evolução das aves estava errado
  • Cérebro de pássaro brasileiro é elo perdido que explica inteligência das aves

A pesquisa conduzida ao longo de 20 anos com mais de 1.100 aves mostrou uma tendência de “relacionamentos de ajuda recíproca de longo prazo”. Essa cooperação entre estorninhos inclui tarefas como alimentar filhotes e proteger ninhos contra predadores.

O trabalho também mostra que os pássaros trocam de papéis sociais ao longo das estações reprodutivas, formando uma rede social baseada em confiança e reciprocidade.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Para os cientistas, essas “amizades” entre aves representam uma forma sofisticada de cooperação social raramente observada na natureza.

Estorninhos-soberbos, espécie Lamprotornis superbus (Imagem: Bruce Cowan/Wikimedia Commons)

Os pesquisadores ainda reforçam que os benefícios diretos e indiretos da cooperação devem ser considerados em conjunto para compreender os mecanismos que sustentam sociedades animais complexas:

Identificar os mecanismos que fundamentam a cooperação é fundamental para a biologia. A forma mais complexa de cooperação em vertebrados ocorre em criadores cooperativos, nos quais os ajudantes renunciam à reprodução e auxiliam na criação dos filhotes de outros, normalmente parentes. Pares específicos mantiveram relacionamentos de ajuda recíproca de longo prazo, trocando papéis sociais ao longo de suas vidas — um padrão sutil de reciprocidade que exigiu décadas de observação para ser detectado. 

O estudo revela, por fim, que cerca de 10% das espécies de aves e 5% das espécies de mamíferos se abstêm de procriar para ajudar outros a cuidar de seus filhotes.

Leia também:

  • Estorninho: praga de pássaros chega ao Brasil e preocupa especialistas
  • Um em cada seis pássaros desapareceu da Europa nos últimos 40 anos

VÍDEO | ROBÔ PÁSSARO

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.