À medida que o mundo bate recordes de temperatura, os efeitos do calor sobre o corpo humano vão além da desidratação e do cansaço, e um novo artigo da Yale Climate Connections publicado no último mês de abril reforça isso ao alertar que a exposição prolongada a ondas de calor pode acelerar o processo de envelhecimento.
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Essa aceleração é conhecida como envelhecimento epigenético, um processo em que o corpo envelhece internamente mais rápido do que a idade cronológica sugere. Isso ocorre devido a alterações químicas no DNA (chamadas metilações) que interferem no funcionamento dos genes responsáveis pela regeneração celular, imunidade e proteção contra doenças.
Calor altera DNA e antecipa problemas de saúde
O artigo menciona um trabalho publicado na revista Environment International, o primeiro a confirmar que temperaturas mais altas do ar estão associadas ao envelhecimento acelerado no nível celular. Na ocasião, os pesquisadores descobriram que regiões onde a temperatura média anual é apenas 1 °C mais alta, os moradores apresentavam sinais de envelhecimento celular precoce.
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Outros estudos reforçam a conclusão. Na Índia, onde ondas de calor são cada vez mais comuns, agentes comunitários de saúde relatam que muitas pessoas aparentam ser mais velhas do que realmente são. Em Taiwan, cientistas acompanharam mais de 2 mil pessoas e encontraram uma relação direta entre calor prolongado e envelhecimento biológico.
Já nos Estados Unidos, uma pesquisa com 3.500 adultos revelou que a exposição constante ao calor entre 1 e 6 anos está associada ao declínio da saúde celular.
Entre os mais afetados estão mulheres e pessoas com doenças crônicas, como diabetes. Isso porque elas suam menos, têm menor regulação térmica e são mais vulneráveis ao estresse oxidativo, um dos principais mecanismos que danificam o DNA e aceleram o envelhecimento.
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