Na sessão desta quarta-feira (14/05), a Câmara de Brusque aprovou mudanças significativas nas penalidades para quem abandonar animais, além de discutir com pesar a paralisação das atividades da Acapra, entidade que há mais de 25 anos atua na proteção animal no município. O fechamento da ONG gerou preocupação entre os vereadores, que expressaram sua tristeza e debateram alternativas para garantir a continuidade do trabalho de protetores de animais.
Pronunciamentos
O vereador Pedro, autor da emenda que propôs o aumento das multas por abandono de animais, iniciou sua fala com um tom de lamento. “Essa notícia do fechamento da Acapra é algo que recebo com muita tristeza. Estamos falando de um trabalho de 25 anos. Se dedicaram muito, e agora, com a paralisação, nós perdemos um grande serviço no município”, disse o vereador, que destacou a necessidade de unir forças entre as ONGs e clínicas veterinárias da cidade para minimizar os impactos.
Pedro também parabenizou o colega vereador Felipe pela proposta de recompensa financeira para quem denunciar abandonos de animais, e ressaltou que a punição financeira é uma medida necessária para conscientizar a população. “Infelizmente, precisamos que a multa faça sentido no bolso para que as pessoas tomem consciência. A impunidade é um dos grandes problemas do nosso país”, completou.
A proposta de Felipe Hort, que foi aprovada por unanimidade, visa instituir uma recompensa de 20% sobre o valor das multas aplicadas a quem denunciar atos de abandono de cães e gatos. Felipe também falou sobre sua preocupação com o fechamento da Acapra e como isso afeta a cidade. “Recebo com muita tristeza a paralisação da Acapra, uma entidade que há muito tempo tem se dedicado à causa animal. Acredito que a maior medida de todos nós, legisladores, deve ser a conscientização. No entanto, precisamos também de medidas práticas, como a penalização dos infratores, e incentivar a comunidade a se envolver ativamente”, destacou o vereador.
A vereadora Bete Eccel também comentou a situação da Acapra, lembrando que no passado o poder público investia mais em entidades. “Eu recordo de um tempo em que tínhamos um governo que investia na Acapra e em outras entidades de proteção. Chegar aos nossos ouvidos a notícia do fechamento é bastante preocupante. O animal, hoje, faz parte da vida das famílias. A nossa intenção é discutir alternativas para ajudar as ONGs”, afirmou Bete.
Ela também anunciou a convocação de uma reunião no dia 19 de maio para ouvir as ONGs e buscar soluções conjuntas. “Vamos nos reunir e, talvez, apresentar um projeto que viabilize a ação para ajudar essas ONGs. A sociedade precisa estar envolvida nesse movimento”, concluiu a vereadora.
O encontro de 19 de maio será aberto à população e às ONGs de proteção animal e tem como objetivo buscar soluções para os desafios enfrentados pelas entidades que atuam no município.
Além das falas dos vereadores, a situação da Acapra foi destacada em um comunicado da própria ONG no Instagram, que explicou as dificuldades financeiras que levaram à paralisação das atividades.
A Acapra, em seu comunicado, revelou que sua conta estava passando dos 70 mil reais, e que os recursos disponíveis estavam sendo usados para pagar clínicas veterinárias, ração para os lares temporários e castração de animais, mas não recebiam apoio suficiente para continuar com as atividades. A ONG também pediu que não fossem enviados mais casos, pois não tinham mais condições de atender. “Empurramos com a barriga até onde deu! Mas cansamos”, concluiu o comunicado. Confira a publicação abaixo:
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