O setor de serviços voltou a ter crescimento em março deste ano. É o que mostram os dados divulgados nesta quarta-feira (14/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo instituto, o setor registrou alta de 0,3% em março, na comparação com o mês anterior. Foi o segundo resultado positivo seguido, após uma série de três baixas mensais.
Com isso, o setor de serviços se encontra 16,9% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 0,5% abaixo de outubro de 2024 (o pico da série histórica).
Na comparação com março do ano passado, o volume de serviços aumentou 1,9%.
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o segmento registrou uma expansão de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos 12 meses, até março, a alta foi de 3%, acelerando em relação aos 2,8% registrados em janeiro e fevereiro.
3 de 5 atividades sobem
Segundo o levantamento do IBGE, três das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram desempenho positivo em março.
O destaque ficou com os transportes (1,7%), que registrou o segundo resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 2,2%.
As demais altas ficaram com os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%), e os prestados às famílias (1,5%).
Em contrapartida, a única taxa negativa ficou com informação e comunicação (-0,2%).
Outros serviços ficaram estáveis (0%) em março, depois de subirem 5,5% nos dois últimos meses.
O setor de serviços no Brasil
- A Pesquisa Mensal de Serviços monitora a receita bruta de serviços nas empresas formais, com 20 ou mais trabalhadores.
- São excluídas as áreas de saúde e educação.
- Em 2024, o volume de serviços fechou com alta de 3,1%, quarto ano seguido de crescimento.
Análise
Para André Valério, economista sênior do Banco Inter, “o resultado do mês foi influenciado, principalmente, pelo comportamento dos serviços prestados às famílias e dos serviços de transportes”.
“É o segundo mês consecutivo de avanço do setor, com influência do Carnaval, impactando, principalmente, os gastos com alojamento e alimentação, que avançaram 2,1% em março. De todo modo, vemos bom desempenho de setores ligados à oferta de serviços, indicando um ambiente favorável também às empresas”, avalia.
“O mês de março deve indicar uma recuperação na margem da atividade econômica. Ainda assim, não vemos como suficiente para impulsionar o PIB do 1° trimestre, que será amplamente influenciado pelo bom desempenho do agronegócio. Estimamos um crescimento de 0,5% da economia no primeiro trimestre e de 1,5% em 2025”, completa Valério.
O economista Maykon Douglas, por sua vez, observa que “o setor de serviços naturalmente perdeu ritmo quando comparamos com o fim do ano passado”.
“No entanto, o resultado de março foi positivo e apresentou um bom qualitativo, com difusão acima da média histórica e do que foi visto em fevereiro. Embora grande parte do resultado possivelmente tenha vindo do Carnaval, os serviços às famílias performaram muito bem, o que dá suporte ao PIB. O setor segue próximo às máximas históricas e se favorece com a resiliência da renda e do emprego”, conclui.