Ação da Azul desaba após prejuízo aumentar em 5 vezes no 1º trimestre

As ações da Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, eram negociadas em forte queda na manhã desta quarta-feira (14/5), em meio à repercussão negativa dos resultados financeiros da empresa no primeiro trimestre deste ano.


Derrocada na Bolsa

  • Por volta das 10h30, o tombo dos papéis da companhia era de cerca de 16%.
  • Mais tarde, às 11h05, as ações da Azul despencavam 14%, cotadas a R$ 1,23.

Prejuízo

De acordo com os dados divulgados pela própria Azul, a empresa registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,82 bilhão nos três primeiros meses de 2025.

O resultado representa um aumento de cerca de 460% em relação ao prejuízo do primeiro trimestre do ano passado, que foi de R$ 324 milhões.

Receita

Ainda segundo o balanço da Azul, a receita líquida total da companhia avançou 15,3% entre janeiro e março, para R$ 5,39 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,385 bilhão no primeiro trimestre de 2025, uma alta anual de 29,4%

Passageiros

O tráfego de passageiros no período aumentou 19,4%, também na comparação anual, com taxa de ocupação de 81,5%.

Dinheiro em caixa e dívidas

A Azul encerrou o mês de março de 2025 com R$ 3,3 bilhões em caixa, uma queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.

A dívida bruta da companhia somava R$ 34,7 bilhões.

Fusão Azul-Gol

A Azul está negociando uma possível fusão com a Gol. Em janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das tratativas.

Além da conclusão da recuperação judicial da Gol nos EUA, a fusão precisará ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Estimativas apontam que a empresa resultante da eventual fusão responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil e teria o controle de quase 100 rotas em todo o país, praticamente sem concorrência – o que suscita questionamentos acerca da formação de um duopólio, quando apenas duas empresas possuem quase todo o mercado.

Juntas, as duas companhias contam com mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

De acordo com o memorando de entendimento entre Azul e Gol, a futura companhia seguirá o modelo de “corporation” – empresa sem controlador definido, tendo o grupo Abra como maior acionista. Ainda não há definição sobre os percentuais de participação de cada empresa no negócio.

A ideia é a de que as marcas Azul e Gol continuem a existir de forma independente, mas as empresas compartilhem aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem previsão de novos investimentos.

A aposta das duas empresas é na “complementaridade” de suas malhas aéreas. Enquanto a Gol se concentra em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Azul conta com um leque mais amplo pelo país.

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