Durante a sessão da Câmara de Brusque realizada nesta terça-feira (13), o delegado Odair Rogério Sobreira Xavier, titular da 1ª Delegacia de Polícia da Comarca, propôs a criação de uma casa sigilosa para acolher mulheres vítimas de violência doméstica no município. A sugestão foi apresentada após questionamento do presidente da Câmara, Jean Dalmolin (Republicanos), que pediu avaliação sobre a necessidade de um espaço deste tipo na cidade.
Necessidade urgente
Segundo o delegado, a medida é urgente, principalmente em atendimentos de plantão, nos quais muitas mulheres que registram ocorrência não têm para onde ir após denunciar o agressor. “Na madrugada, não há para onde levar essa mulher. Se ela volta para casa, corre risco. Se vai para a casa de um parente, o agressor pode imaginar onde está”, explicou.
A proposta é que o espaço funcione em endereço sigiloso e tenha estrutura para receber, além da mulher, seus filhos. A iniciativa, conforme o delegado, precisa partir do Executivo municipal, mas ele acredita que o debate pode e deve ser iniciado no Legislativo. O objetivo é garantir acolhimento imediato e seguro, com possibilidade de proteção policial, logo após o registro da ocorrência.
Segurança pública e desafios locais
Em sua fala, o delegado também abordou a situação da segurança pública em Brusque. Apesar de destacar que Santa Catarina apresenta índices mais positivos em comparação ao cenário nacional, Sobreira reforçou que ainda há desafios a serem enfrentados, como o baixo efetivo policial no município.
Atualmente, Brusque conta com 42 policiais civis, o que representa uma média de um agente para cada 3 mil habitantes — abaixo da média nacional, que é de um para cada 2 mil. “Temos dificuldades para atender toda a demanda nas delegacias”, afirmou.
Mesmo com as limitações, Brusque figura entre as cidades mais seguras do estado e do país, ocupando o 3º lugar em Santa Catarina e o 13º no Brasil. O delegado acredita que os resultados refletem o trabalho conjunto entre o poder público e a iniciativa privada, parceria que considera um modelo a ser seguido. “Estamos no caminho certo, mas ainda há espaço para avançar”, concluiu.