O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu a possibilidade de que fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham ocorrido durante a sua gestão, apesar do esquema de fraudes ter “explodido” no governo Lula. Bolsonaro ainda declarou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue o escândalo de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.
“É possível [ao ser questionado sobre a hipótese de os descontos terem sido realizados em seu governo] e vai ser investigado. Se, por ventura, alguém do meu governo fez algo de errado, [que] pague. E ponto final”, declarou Bolsonaro.
De acordo com ele, é difícil afirmar “corrupção zero”. “Você não tem como falar em corrupção zero. Você pode até buscar. É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu.”
As falas ocorreram nesta quarta-feira (14/5), em entrevista ao Uol.
A oposição do atual governo e aliados de Jair Bolsonaro no Congresso conseguiram protocolar, na segunda-feira (12/5) o pedido de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes. A proposta, assinada por pelo menos 36 senadores e 223 deputados federais, é que sejam apuradas as responsabilidades e falhas na fiscalização que permitiram a continuidade do esquema por anos.
Deflagrada pela Polícia Federal em abril deste ano, a operação “Sem Desconto” revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Estima-se que o prejuízo da fraude chegue a R$ 6,3 bilhões. De acordo com as investigações, entidades associativas descontavam valores sem autorização dos beneficiários, utilizando acordos de cooperação técnica com o INSS.
