DC insiste na asneira de apagar um grupo que define sua maior característica

Se você perguntar para um fã veterano da DC Comics quais as duas maiores diferenças em relação à Marvel Comics, com certeza ele terá na ponta da língua que a DC “são deuses querendo ser humanos” e a Marvel “são humanos querendo deuses; e, principalmente, que a editora do Superman sempre teve como sua grande marca o legado do heroísmo. Durante os Novos 52, a companhia já tinha cometido seu maior vacilo sobre isso, e, aparentemente, não aprendeu, pois vai cometer a mesma asneira novamente.

  • 10 melhores quadrinhos de todos os tempos
  • 8 quadrinhos de super-heróis mais polêmicos de todos os tempos

Ok, vamos contextualizar essa mancada. A DC Comics demorou um pouco mais que a Marvel Comics para lidar com a “fadiga dos super-heróis” que devastou o mercado nos anos 1990, com ideias ridículas, apelativas e preguiçosas demais. A Casa das Ideias chegou a pedir falência, contudo, conseguiu se reerguer nos anos 2000 ao desconstruir as fórmulas desgastadas.

Já falei sobre isso com detalhes em outra matéria, e, resumidamente, a Marvel compreendeu que, em vez de grandes reboots que depois mantinha as mesmas coisas ruins na continuidade retroativa, é necessário atualizar constantemente seus personagens. É preciso manter uma dinâmica com as consequências dos eventos e atos, em uma cronologia que realmente desenvolva seu universo e personagens.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

A DC demorou mais para entender isso, e teve levar uma tunda pesada para finalmente rever suas fórmulas. Isso acontece quando Zack Snyder pregava um universo mais sombrio que descaracterizou muitos personagens — embora ele tenha méritos como artista gráfico, ele transformou mesmo a Liga da Justiça em deseus greco-romanos que não estão realmente se importando com seus atos e com a humanidade.

O Relógio do Juízo Final trouxe de volta o legado ao Universo DC (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Isso refletiu nos quadrinhos do começo dos anos 2000, quando a DC resolveu cometer os Novos 52: um reboot que acabou com o amor em seu universo, desfazendo casais e famílias com a justificativa de rejuvenescer alguns membros icônicos.

Assim, o Superman parecia muito mais com um molecão brisado e chato, todo nervosinho. O Batman e o Lanterna Verde até conseguiram escapar dessa treta, contudo, a cronologia simplesmente apagou os veteranos da Sociedade da Justiça e o futuro dos benfeitores com a Legião dos Super-Heróis.

Na época dos Novos 52, o roteirista Geoff Johns fez questão de revitalizar e trazer de volta a principal característica da DC: o legado. O reboot lamentável simplesmente apagou a velha guarda, o futuro, e, de quebra, vandalizou franquias como Flash e Lanterna Verde, que não tinham mais vários representantes.

Ok, o que a DC fez de burrice novamente?

Geoff Johns resolveu esse deslize na fase Renascimento, trouxe de volta o amor e o legado na conclusão da ótima maxissérie O Relógio do Juízo Final. A trama explica que o mundo de Watchmen, mais especificamente o Doutor Manhattan, foi quem “roubou” o passado e o futuro. Quando ele confronta o Superman, finalmente entende o que é ser um herói, e, assim, a Sociedade da Justiça e a Legião dos Super-Heróis voltaram para a cronologia.

Com estreia em 1958, a Legião dos Super-Heróis é um grupo do futuro, do século 31, inspirados nos heróis modernos da DC, com cada membro vindo de um planeta diferente e ostentando superpoderes distintos. Com dezenas de membros, a equipe é a mais poderosa DC, com integrantes como a telepática Garota de Saturno, o Mon-El de nível kryptoniano e o próprio Superman, que se juntou quando era apenas uma criança.

A  Legião sempre apoiou o Superman, viajando no tempo para recrutá-lo na adolescência, pois não resistiram à tentação de trazer um herói tão icônico para suas fileiras. O filho do Superman, Jon, juntou-se à Legião e iniciou um romance com a Garota Saturno. Mesmo antes da Liga da Justiça, o grupo do futuro era a aliada mais próxima do Homem de Aço — e é justamente por isso que ele aparece devastado na capa de Superman #29 se debulhando em lágrimas.

Darkseid cadelizou a Legião dos Super-Heróis e pretende usá-la para invadir a Terra (Imagem: Reprodução/DC Comics)

A prévia da edição revela que a Legião dos Super-Heróis não existe mais. E tudo isso seria culpa do Universo Absolute, uma realidade corrompida pela energia de Darkseid. Nesse mundo paralelo, a Legião faz parte dos grupos aliados ao vilão. A equipe original foi parar nesse mundo e se tornou uma espécie de “Legião Zumbi”.

Darkseid montou esse exército para, possivelmente, realizar um invasão letal ao universo principal da DC. Vamos ver no que isso vai dar né.

Superman #29 será lançado em 21 de agosto de 2025 pela DC Comics.

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.