Rio de Janeiro – Com a saída de Thiago Pampolha para o TCE, o governador Cláudio Castro (PL) vai, enfim, tirar férias — não por descanso, mas para pavimentar o caminho de Rodrigo Bacellar, seu pré-candidato à sucessão.
A movimentação visa dar projeção ao atual presidente da Alerj, que passa a assumir o governo em esquema de revezamento político disfarçado de “cogestão”.
Com a cadeira de governador liberada durante os recessos programados de Castro, Bacellar poderá aparecer em obras, inaugurações e eventos por todo o estado, ainda fora do calendário eleitoral, turbinando sua imagem com a máquina pública em mãos.
Promova Bacellar com a caneta na mão
A escolha de Cláudio Castro é estratégica: com Pampolha fora do jogo e sem risco de interferência interna, Bacellar se torna o herdeiro oficial do bolsonarismo fluminense.
Desde que rompeu com o vice-governador em fevereiro de 2024, Castro vinha evitando até mesmo férias para não abrir espaço ao antigo aliado.
Agora, com a mesa limpa, já planeja três períodos de descanso: o primeiro em julho de 2025, o segundo no fim do ano e o terceiro logo após o Fórum Econômico de Davos, em janeiro de 2026.
Revezar o poder até a renúncia
A decisão de manter-se no cargo até abril de 2026, quando deverá se desincompatibilizar para disputar o Senado, não impede Castro de ir se afastando aos poucos e entregar a vitrine governamental ao seu pupilo.
Nos bastidores, a promessa é que Bacellar terá carta branca para usar o governo como vitrine eleitoral — estratégia semelhante à usada por Sérgio Cabral para emplacar Pezão.
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Bacellar como anti-Paes
A movimentação também serve para preparar o embate com o prefeito Eduardo Paes (PSD), provável adversário direto em 2026. Enquanto Paes administra a capital com visibilidade constante, Bacellar usará o interior do estado e a estrutura do governo para ganhar terreno e votos.
Férias estratégicas ou campanha antecipada?
A suposta “cogestão” é, na prática, uma manobra para driblar o calendário eleitoral e turbinar uma candidatura com a máquina nas mãos.
Em um estado com histórico de governadores afastados, presos ou impugnados, a dupla Castro-Bacellar prefere antecipar o jogo — com a caneta, os cargos e as obras funcionando como palanque.
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