A inglesa Julie Butler, 55 anos, descobriu que tem apenas mais alguns meses de vida depois de ser diagnosticada com câncer de intestino em estágio avançado. Por anos, ela tentou investigar sintomas que os médicos nunca atribuíram à doença.
Julie conta que começou a sentir os primeiros sintomas de que a saúde não estava bem no início de 2020. Desde então, ela enfrenta dores no intestino, dificuldade para andar e ganhou 115 kg, apesar de não ter mudado a dieta ou rotina de exercícios.
“Eu estava inchada o tempo todo. Parecia que estava grávida de nove meses, mas os médicos não conseguiram identificar o motivo”, conta.
Um dos médicos que examinou a inglesa atribuiu os sintomas ao crescimento de miomas — tumores benignos que se formam no tecido muscular que reveste o útero. Ela recebeu a indicação para fazer uma histerectomia, mas teve que aguardar dois anos por causa das restrições da pandemia da Covid-19.
Julie passou pela cirurgia em 2022, mas o inchaço persistiu, até que um exame de acompanhamento pós-cirúrgico revelou um bloqueio no intestino. Durante uma nova cirurgia de desobstrução, os médicos descobriram dois tumores no intestino dela.
Uma biópsia confirmou o câncer de intestino. Os médicos disseram ter 95% de certeza que tinham removido todos os rastros do tumor e aconselharam Julie a fazer quimioterapia. Mas ela postergou o tratamento por se sentir muito debilitada após as duas cirurgias.
Retorno do câncer mais agressivo
Ela começou a se sentir mal novamente em abril de 2023 e novos exames — incluindo uma ressonância magnética, tomografia computadorizada e tomografia por emissão de pósitrons (PET) — mostraram que o câncer tinha se espalhado para o pulmão, fígado e baço.
A doença tinha evoluído para o estágio 4 e os médicos disseram que Julie provavelmente teria apenas três meses de vida. “No dia em que disseram que estava no estágio quatro, fiquei preocupada que nunca veria minha neta em seu primeiro uniforme escolar. Tenho uma neta e fiquei pensando em como queria vê-la crescer”, disse.
A inglesa passou por três tipos diferentes de quimioterapia desde então, mas o câncer continua crescendo. Os médicos propuseram uma quarta tentativa, mas Julie e o marido têm medo que o tratamento não funcione e ela acabe desenvolvendo insuficiência hepática, já que o fígado está bastante debilitado.
Nova esperança de tratamento
A última opção de Julie é uma quimioterapia conhecida como quimioembolização transarterial (TACE) na Alemanha. O tratamento minimamente invasivo para o câncer de fígado direciona medicamentos para vasos sanguíneos que alimentam o tumor, bloqueando o suprimento de sangue para o câncer.
O TACE também é oferecido no sistema de saúde do Reino Unido, mas apenas para pacientes com câncer de fígado em estágio inicial.
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