O Tribunal de Contas do Estado (TCE) notificou o Metrô de São Paulo para que apresente justificativas sobre a segurança das portas da plataforma da Linha 5-Lilás. A empresa estatal tem cinco dias para responder ao órgão.
Segundo o documento, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou que as portas de plataforma entregues pelo Metrô “não atendiam integralmente aos quesitos de segurança previstos”.
A Artesp também identificou um vão entre a Porta Deslizante Motorizada (PDM) e a porta do trem, “o que permite que passageiros fiquem presos e que as barreiras de seguranças existentes na PDM se mostraram insuficientes”, de acordo com o documento.
No início deste mês, um passageiro de 35 anos morreu após ficar preso entre as portas do trem e da plataforma na estação Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.
Durante investigação do ocorrido, a Secretaria de Parcerias em Investimento (SPI) apresentou que, devido a pelo menos quatro ocorrências de passageiros presos na porta da plataforma, entre 2021 e 2023, foram iniciadas tratativas entre a Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões, a concessionária ViaMobilidade e o Metrô.
Segundo a pasta, “após exaustivos contatos junto ao Metrô, foram obtidas apenas respostas inconclusivas quanto aos estudos realizados pelos fabricantes das portas de plataformas (que pudessem corrigir ou indicar a causa dos problemas)”.
A SPI também aponta “inércia do Metrô em contribuir para a solução da questão (morosidade em cobrar novos relatórios técnicos de seus fornecedores, bem como em indicar possíveis ações mitigadoras de riscos de acidentes nas plataformas)”.
O corretor do TCE Dimas Ramalho notificou o Metrô para que, no prazo de cinco dias, apresente justificativas a respeito do atendimento integral dos quesitos de segurança das portas das plataformas da Linha 5 – Lilás e que esclareça a suposta morosidade na adoção de medidas relacionadas à correção das falhas nas portas das plataformas.
O Metrópoles pediu posicionamento ao Metrô de São Paulo e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Barras de segurança
A ViaMobilidade começou a instalar barras de segurança entre as portas do trem e as da plataforma da Linha 5-Lilás do metrô como medida de proteção após a morte de. Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno.
A iniciativa busca proteger os clientes enquanto não são instalados os sensores de presença entre as portas – o que deve ser introduzido até fevereiro de 2026, segundo a concessionária.
A empresa afirma que as barreiras são conhecidas como gap fillers, estruturas poliméricas com alma metálica, fabricadas sob medida para reduzir o vão entre o trem e a plataforma. Com a iniciativa, a ViaMobilidade espera remover o espaço onde cabia uma pessoa.
As implementações começaram na noite da última sexta-feira (16/5), com autorização da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que acompanha as ações da empresa após o acidente. A estação Capão Redondo foi a primeira a receber os equipamentos.
Morte de passageiro
- Lourivaldo Ferreira morreu na manhã do dia 6 de maio após ficar preso entre a porta do trem e a da plataforma na estação Campo Limpo da Linha 5-Lilás, na zona sul de São Paulo.
- O acidente aconteceu por volta das 8h da manhã, quando a vítima se prendeu no pequeno espaço entre as portas da estação e morreu após o trem seguir viagem.
- O passageiro era estudante de educação física e faria aniversário no domingo seguinte à fatalidade, 11 de maio. Lourivaldo era casado e deixou três filhos, de 18, 4 e 3 anos.
- Além de pai e marido, ele era promotor de vendas, morava em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e cursava o sétimo semestre da faculdade.