PT aciona PGR contra Bolsonaro por omissão em fraudes no INSS

Brasília – O Partido dos Trabalhadores decidiu enfrentar de frente mais um capítulo do desmonte bolsonarista. Nesta terça-feira (20 de maio de 2025), deputados petistas protocolaram uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) exigindo investigação contra Jair Bolsonaro e o senador Izalci Lucas (PL-DF) por omissão diante de fraudes bilionárias no INSS.

O escândalo veio à tona após Izalci confessar à CNN Brasil que foi informado sobre irregularidades que superam R$ 70 milhões — envolvendo aposentadorias, seguro-defeso e consignados — e, mesmo assim, limitou-se a repassar os dados ao então presidente, que preferiu fingir que nada viu.


PT acusa Bolsonaro e Izalci de prevaricação

A representação, assinada por Alencar Santana (PT-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ) e outros 22 parlamentares da bancada, sustenta que houve prevaricação, improbidade administrativa e condescendência criminosa. Para os petistas, a confissão feita por Izalci em rede nacional revela uma tentativa de blindar aliados e preservar interesses eleitorais, mesmo diante de um crime contra a máquina pública.

“É uma omissão confessada, transmitida ao vivo, que expõe a cultura de encobrimento institucional herdada do bolsonarismo”, afirmou Alencar Santana, exigindo que os envolvidos sejam responsabilizados.



Representação quer ampliar inquérito já existente

O documento pede que o caso seja incluído no inquérito que investiga o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, garantindo coerência e evitando que o caso se dilua entre diferentes apurações.

Além disso, o PT exige que o INSS, a CGU, a AGU e o Ministério da Previdência Social se manifestem sobre a existência (ou ausência) de investigações internas entre 2019 e 2022, período em que Bolsonaro ocupava a Presidência.

Segundo o texto, ao tomar ciência do esquema e não agir, Bolsonaro demonstra desprezo deliberado pela legalidade. “O dolo de omissão não está apenas no silêncio, mas na escolha de institucionalizar o encobrimento”, diz o trecho mais incisivo da denúncia.


Quem assinou a representação contra Bolsonaro

Veja os parlamentares que endossaram o pedido entregue à PGR:

  • Adriana Accorsi (GO)
  • Alfredinho (SP)
  • Ana Pimentel (MG)
  • Arlindo Chinaglia (SP)
  • Bohn Gass (RS)
  • Denise Pessôa (RS)
  • Elton Welter (PR)
  • Erika Kokay (DF)
  • Fernando Mineiro (RN)
  • Helder Salomão (ES)
  • Jack Rocha (ES)
  • Jorge Solla (BA)
  • Marcon (RS)
  • Natália Bonavides (RN)
  • Nilto Tatto (SP)
  • Padre João (MG)
  • Patrus Ananias (MG)
  • Pedro Uczai (SC)
  • Reimont (RJ)
  • Rogério Correia (MG)
  • Rubens Otoni (GO)
  • Tadeu Veneri (PR)

Cultura da omissão virou política de governo

A denúncia reforça o que boa parte da sociedade já percebeu: o bolsonarismo transformou a conivência com crimes em método de governança. Enquanto denúncias de corrupção explodiam, o governo se limitava a medidas genéricas, discursos vazios e, quando conveniente, silêncio estratégico.

A omissão de Bolsonaro em casos como este não é exceção — é a regra. E mais uma vez, a conta fica para os brasileiros que dependem da Previdência Social.

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