No último mês de abril, durante uma conferência internacional em Singapura, pesquisadores da University of Edinburgh revelaram tarefas que humanos tem facilidade, mas que a IA não consegue: entender relógios e calendários. Para chegar à descoberta, o grupo testou modelos de IA capazes de analisar texto e imagem, como o GPT-4o da OpenAI e o Gemini 2.0 do Google. O artigo já tinha sido publicado na ARXIV, sem revisão de pares.
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A equipe apresentou imagens de relógios analógicos e calendários com perguntas simples, como “Que horas são?” ou “Qual dia da semana será o 153º dia do ano?”, e o resultado surpreendeu: os sistemas erraram a hora mais da metade das vezes e falharam em 74% das respostas sobre datas.
Segundo os pesquisadores, tarefas simples para humanos, como entender ponteiros de relógio ou contar dias no calendário, ainda são um desafio para as máquinas. Isso acontece porque esses modelos não fazem contas como um computador tradicional. IA adivinha com base em padrões, e não com lógica exata.
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Outro ponto importante é a dificuldade de reconhecer ponteiros sobrepostos, ângulos ou números romanos, exigindo da IA um tipo de raciocínio espacial que ela ainda não domina bem, como menciona um dos autores, Rohit Saxena:
A maioria das pessoas consegue ver as horas e usar calendários desde cedo. Nossas descobertas destacam uma lacuna significativa na capacidade da IA de realizar habilidades que são bastante básicas para as pessoas. Essas deficiências precisam ser abordadas para que os sistemas de IA sejam integrados com sucesso a aplicações do mundo real e sensíveis ao tempo, como agendamento, automação e tecnologias assistivas.
Os cientistas alertam que esse tipo de limitação pode ser perigoso em situações do dia a dia, como agendas automatizadas, robôs assistentes ou sistemas que dependem de horários. Ou seja: apesar dos avanços, a presença humana ainda é essencial para garantir a precisão em tarefas simples, mas que a IA não consegue lidar.
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