Rio de Janeiro – Com ironia afiada e melodia dançante, Joyce Moreno resgata um dos maiores símbolos da submissão feminina na música brasileira para, enfim, dar um basta.
Seu novo single, “Adeus, Amélia”, chega às plataformas digitais no dia 22 de maio, abrindo caminho para o próximo álbum da artista, previsto para 12 de junho.
Brincando com os versos do clássico “Ai, que saudades da Amélia”, lançado em 1942 por Mário Lago e Ataulfo Alves, Joyce propõe uma virada feminista no imaginário da “mulher de verdade” – aquela que aceitava tudo calada. Agora, quem fala é a mulher que exige, provoca e não se submete.
Ouça o single : https://orcd.co/adeusamelia
Assista ao videoclipe: https://youtu.be/2mMTX0ZQ-HA
Joyce enfrenta o mito da submissão com suingue e crítica
“Aquela Amélia era o símbolo da mulher que aceita tudo, submissa e tal”, explica Joyce. “A ideia foi desconstruir esse mito, dizer ao homem: ‘estou aqui pra você, mas não como Amélia’.” O recado vem com poesia, mas sem piedade. O samba-jazz tem cara de gafieira moderna, cheio de swing e sopros vigorosos, arranjados por Rafael Rocha.
Além de Joyce no vocal e violão, o time de peso inclui Tutty Moreno (bateria), Rodolfo Stroeter (baixo), Hélio Alves (piano), Marcelo Martins (sax-tenor) e Jessé Sadoc (trompete). A gravação foi feita no estúdio da Biscoito Fino, com mixagem e masterização por Lucas Ariel.
Nova fase traz leveza e parceria de gigantes
O single é o primeiro do novo disco de Joyce, definido por ela como “alegre e solar”. Das faixas inéditas, cinco têm letra e melodia assinadas só por ela. Mas o álbum também trará colaborações de peso: Ronaldo Bastos, Paulo Cesar Pinheiro, Zé Renato, Donatinho, João Donato e até Jards Macalé, com quem lançou “Um abraço do João” em 2024.
O álbum completo chega em 12 de junho, também pela Biscoito Fino.
“Adeus, Amélia”: letra desafia, empodera e samba na cara do patriarcado
No refrão, Joyce canta sem meias-palavras:
“Eu boto é lenha na fogueira / Pra acender seu coração”
É sobre amor, sim. Mas não o amor que exige sacrifício unicamente de um lado. Não é mais tempo de Amélias. Joyce sabe disso. E canta como quem manda um aviso: ou você cresce, ou vai ficar sozinho.
“Adeus, Amélia” (Joyce Moreno)
Eu lhe dou força na necessidade
Mas sombra e água fresca, não dou, não
Dizem que Amélia é mulher de verdade
Mas eu sou de outra opinião
Eu não lhe dou facilidade
Eu não lhe dou satisfação
Eu boto é lenha na fogueira
Pra acender seu coração
Você bem sabe
Tem muito malandro querendo ocupar o seu lugar
Mas eu sou firme que nem um rochedo
E você vai ter que segurar
Não tem desculpa pra pedir
Não tem socorro pra chamar
Não tem saída pra fugir
Não vai ter tempo pra pensar
Adeus, Amélia…
Ficha Técnica:
Joyce – voz e violão
Tutty Moreno – bateria
Rodolfo Stroeter – baixo
Hélio Alves – piano
Rafael Rocha – trombone, arranjo de sopros
Marcelo Martins – sax-tenor
Jessé Sadoc – trompete
Arranjo de metais – Rafael Rocha
Gravado, mixado e masterizado por Lucas Ariel, no estúdio da Biscoito Fino