O Brasil abre nesta quinta-feira (22/5) o prazo de 28 dias para se ver livre da gripe aviária (H5N1) e poder retomar as exportações de frango e ovos para os países que impuseram embargos aos produtos brasileiros. O prazo se encerra no próximo dia 18 caso não nenhum novo registro do vírus seja identificado no país.
O anúncio do início da contagem, também chamado de marco zero, foi anunciado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), na noite desta quarta-feira (21/5), em uma publicação na conta dele na rede social X. O marco foi possível após a conclusão dos trabalhos de limpeza e desinfecção na granja comercial identificada como o primeiro foco da doença no Brasil.
“Granja de Montenegro com foco de gripe aviária acaba de ter limpeza e desinfecção concluídas com rigorosa supervisão técnica do Serviço Veterinário Oficial do RS. Vazio sanitário de 28 dias começa a partir desta quinta (22/5). Seguimos firmes na defesa sanitária do nosso estado”, escreveu o governador.
Entenda o que é a gripe aviária
- Também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos, no entanto, com um baixo risco.
- Entre os principais sintomas apresentados nas aves, estão dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, torcicolo, diarreia e alta mortalidade.
- Todas as suspeitas de gripe aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária.
Primeiro foco da gripe aviária
A granja comercial identificada como o primeiro foco da gripe aviária no Brasil fica no município de Montenegro, na região Metropolitana de Porto Alegre. Além dos casos na granja, que resultaram na eliminação de 17 mil aves por consequência do vírus e medidas sanitárias, foi identificado que 38 cisnes morreram por causa da gripe aviária no zoológico de Sapucaia do Sul. A divulgação dos registros foram feitos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na última sexta-feira (16/5).
O governador do Rio Grande do Sul se reuniu com o titular do mapa, Carlos Fávaro, na terça-feira (20/5) em Brasília para tratar do problema, mas o encontro terminou sem uma definição do marco zero naquela data. O marco zero chegou a ser previsto para esta quarta, mas como o trabalho de desinfecção das estruturas da granja não havia sido concluído, a previsão não pode ser efetivada. Na terça, a jornalistas, Leite sinalizou depositar as esperanças no retorno à normalidade à confiança internacional no cuidado sanitário das autoridades brasileiras.
“O importante é demonstrar internacionalmente a credibilidade do nosso serviço sanitário da implantação desse protocolo, dessas ações, a credibilidade de quem faz o que é certo para a segurança daqueles que compram e poder fazer relaxar as restrições”, disse o governador antes do encontro”, frisou.
Embargos
Ao todo, houve o embargo total ou parcial da compra de carne de frango do Brasil por parte de 30 países e dois blocos econômicos. O maior importador, a China, foi o primeiro a restringir a entrada do produto nacional no país. Outros locais, como o Japão, que têm um contrato com regras sanitárias menos rígidas, restringiram o produto apenas com origem no raio de 10 quilômetros do foco da gripe aviária.
Restrição a carne de aves de todo o Brasil:
África do Sul
Argentina
Bolívia
Canadá
Chile
China
Coreia do Sul
Filipinas
Iraque
Jordânia
Malásia
Marrocos
México
Paquistão
Peru
República Dominicana
Sri Lanka
Timor-Leste
União Eurasiática (Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão, exceto Cazaquistão)
União Europeia
Uruguai
Restrição a carne de aves do Rio Grande do Sul:
Bahrein
Bósnia e Herzegovina
Cazaquistão
Cuba
Macedônia
Montenegro
Reino Unido
Tajiquistão
Ucrânia
Restrição local (Montenegro-RS):
Arábia Saudita
Japão
