Goiânia – A crise no diretório goiano do Partido Liberal (PL) se intensificou, após trocas de críticas públicas e até indiretas entre o deputado federal Gustavo Gayer e o vereador por Goiânia Major Vitor Hugo. No centro do conflito está a disputa por espaço na legenda com vistas à eleição para o Senado em 2026, bem como o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Gayer reagiu com críticas contundentes, afirmando que Vitor Hugo não será candidato ao Senado em Goiás enquanto ele estiver no partido. Durante entrevista ao programa Papo Aberto, Gayer chegou a declarar que pode ser cassado, mas Vitor Hugo não sai como candidato.
“Eu posso ser preso, cassado, sair do PL, mas candidato ao Senado aqui em Goiás você não será, se depender de mim”, disse o deputado.
A ala ligada a Gayer defende uma candidatura própria ao governo, com o senador Wilder Morais como cabeça de chapa.
Trocas de críticas
As tensões entre eles aumentaram após Vitor Hugo afirmar que o PL estaria próximo de apoiar a reeleição de Caiado. Gayer e seus aliados consideram essa posição uma traição. Wilder Morais, presidente estadual do PL, também criticou Vitor Hugo, que, por sua vez, optou por não responder diretamente. Em suas redes sociais, ele compartilhou uma imagem de uma videochamada com Bolsonaro, reafirmando sua admiração pelo ex-presidente.
O envolvimento de Bolsonaro nas disputas internas do PL não é novidade. Em janeiro, ele declarou que seria responsável por definir os candidatos ao Senado em todos os estados, deixando claro que a escolha não dependeria de Gayer. Apesar do isolamento crescente, Vitor Hugo tenta se manter relevante, contando com sua relação histórica com Bolsonaro.
Contexto
A insatisfação com Vitor Hugo remonta ao final do ano passado, quando ele organizou uma reunião entre Bolsonaro, o senador Rogério Marinho e Daniel Vilela, pré-candidato de Caiado ao governo. Essa articulação gerou descontentamento entre os correligionários, levando o diretório estadual do PL a emitir uma nota de repúdio. A nota afirmava que o partido não autorizou Vitor Hugo a dialogar com adversários.
A crise no PL goiano reflete um cenário de disputas internas, em que a ala ligada a Gayer busca fortalecer sua posição e romper com o governo estadual.