Maquiadora descobre câncer agressivo dois dias após o primeiro sintoma

A maquiadora Charlie Hounslow, de 41 anos, foi diagnosticada com um câncer no cérebro apenas dois dias após sentir uma dor de cabeça intensa. O tumor foi descoberto em estado avançado e com alta gravidade, mas até 48h antes, a mulher não tinha sentido nada.

Charlie estava no ápice de sua carreira em Hollywood quando descobriu o câncer. Ela liderou equipes de maquiagem para as sequências de Gladiador e de Jurrasic World e trabalhou em uma campanha publicitária com Cristiano Ronaldo.

Em meio à rotina atribulada, quando as dores de cabeça apareceram ela apenas tomou analgésicos e dormiu, acreditando que o mal-estar passaria. No entanto, ao amanhecer, ela começou a vomitar de forma intensa e, por isso, procurou um pronto-socorro.

Após relatar os sintomas, Charlie passou por exames de imagem que revelaram um sangramento cerebral causado por um tumor. Ela foi encaminhada às pressas para um hospital especializado e mais testes confirmaram o pior cenário.

Câncer no cérebro de grau quatro

Os médicos identificaram um glioblastoma de grau quatro — o estágio mais grave — no cérebro de Charlie. Esse tipo de tumor mata cerca de 75% dos pacientes em um ano e apenas 5% sobrevivem por mais de cinco anos após o diagnóstico.

Os glioblastomas são tumores cerebrais muito agressivos que crescem rapidamente. Eles são muito difíceis de remover cirurgicamente devido à sua rápida expansão e podem causar sintomas como confusão mental, alterações motoras, dificuldades de fala e comportamento.

Segundo o neurocirurgião Iuri Neville, da Beneficência Portuguesa (BP) de São Paulo, os sintomas variam conforme a localização da lesão e a velocidade com que ela cresce. “Esses são os principais fatores que determinam quais funções nervosas podem ser afetadas e, portanto, as reações neurológicas que podem surgir”, disse em entrevista anterior ao Metrópoles.

Embora existam remédios promissores em fase de testes para este tipo de tumor, atualmente o tratamento é feito com cirurgia seguida por radioterapia.

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Ela tomou analgésicos achando que a doença melhoraria, mas enfrentou uma piora repentina

Charlie está se reuperando de uma cirurgia de crânio aberto
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Charlie Hounslow descobriu tumor no cérebro só 2 dias depois do primeiro sintoma

Reprodução/Instagram/@charliehounslow

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Ela tomou analgésicos achando que a doença melhoraria, mas enfrentou uma piora repentina

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Charlie está se reuperando de uma cirurgia de crânio aberto

Reprodução/Instagram/@charliehounslow

Cirurgia acordada

Charlie relembrou o momento em que foi informada: “Achei que eles conseguiriam simplesmente tirá-lo e eu viveria minha vida normal, não entendi imediatamente a gravidade do cenário”, afirmou ela em entrevista ao Daily Mail.

Para tentar conter o avanço da doença, Charlie foi submetida a uma craniotomia acordada no último dia 15 de maio. Durante a operação, ela permaneceu consciente. Enquanto os cirurgiões removiam partes do tumor, a maquiadora teve que adivinhar músicas que tocavam no ambiente. As perguntas são feitas para avaliar se o procedimento preserva regiões do cérebro essenciais à linguagem e à memória.

Tratamento alternativo fora do Reino Unido

O NHS ofereceu tratamento com quimioterapia e radioterapia, protocolo padrão para casos como o dela. Apesar disso, Charlie iniciou uma campanha para arrecadar 300 mil dólares e tentar uma terapia experimental na Alemanha.

A proposta é realizar tratamento com células dendríticas, que visa treinar o sistema imunológico para identificar e destruir células tumorais. A campanha de arrecadação online já acumulou mais de 228 mil dólares, com contribuições vindas de diversas partes do mundo.

Apoio e complicações após alta

Entre os apoiadores está o ator Glen Powell, colega de trabalho de Charlie no longa The Running Man. “Ela é uma amiga leal e generosa, com uma risada contagiante”, escreveu, ao compartilhar o link da campanha no Instagram.

O irmão de Charlie, Nick, também tem sido figura central na luta. Ele viajou de Los Angeles para acompanhar a maquiadora em Londres. Em uma atualização publicada nesta quarta-feira (21/5) nas redes sociais, ele relatou que Charlie vinha se recuperando bem, conseguindo caminhar apenas 24 horas depois da craniotomia. Porém, após receber alta, ela sofreu uma convulsão em um hotel próximo ao hospital.

“Ela agora está tomando anticonvulsivantes e ficará internada até quinta-feira. Não houve danos, mas ela está exausta e precisa dormir”, escreveu Nick. A equipe médica tranquilizou a família, explicando que o episódio foi leve e sem sequelas.

“Sempre criativa, ela tem cortado todas as suas revistas e criado painéis de inspiração para coisas que quer comprar, cozinhar e fazer. Você pode tirar a garota temporariamente da indústria do entretenimento, mas não pode tirar a indústria do entretenimento da garota”, concluiu Nick.

Enquanto aguarda pela possibilidade de iniciar o tratamento na Alemanha, Charlie segue com sessões de reabilitação e acompanhamento clínico. A comunidade ao redor continua mobilizada, com doações e mensagens de apoio nas redes.

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